Presidente da Assembleia Legislativa do Ceará entrega desfiliação do PSB de cerca de 500 pessoas ligadas aos irmãos Gomes
João Marcelo Melo
O governador e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, recebeu ontem em seu gabinete o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado José Albuquerque, que veio entregar pessoalmente a documentação de desfiliação partidária do grupo ligado aos irmãos Cid e Ciro Gomes. Deixaram o PSB cearense cerca de 500 nomes, dentre os quais quatro deputados federais, nove estaduais, 38 prefeitos (incluindo o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio) e 287 vereadores, além do governador Cid Gomes, ex-presidente estadual dos socialistas no Estado, e seu irmão, Ciro Gomes, secretário estadual de saúde.
A reunião durou cerca de 40 minutos e nem o governador nem o deputado José Albuquerque atenderam a imprensa ao final do encontro. “Transmiti ao governador Eduardo Campos os encaminhamentos que foram tomados na reunião realizada ontem (anteontem), em Fortaleza, de forma bastante objetiva e com muita tranquilidade de ambas as partes”, limitou-se a declarar Albuquerque, em nota divulgada após a reunião. Com a saída do grupo político ligado aos irmãos Gomes, o PSB cearense, que era o maior partido do Estado, se transforma em uma sigla nanica.
Ontem, na Assembleia Legislativa do Ceará, a deputada estadual Eliane Novais (PSB) ocupou a tribuna para informar que foi convidada pela direção nacional do partido para participar da “construção do novo PSB”. Única deputada da bancada de 10 socialistas que não abandonou o partido, a parlamentar comemorou a saída dos ex-colegas e afirmou que, a partir de segunda-feira, o ex-deputado Sergio Novais, seu irmão, será o novo presidente da sigla no Ceará.
O destino das lideranças que deixam o PSB torna-se agora objeto de disputa para sete partidos: PDT, PT, PMDB, PCdoB, PSD, PP e o recém-criado PROS já formalizaram convites. Este último apresenta como vantagem a impossibilidade de os ex-socialistas terem seus mandatos reclamados na Justiça Eleitoral, sob a alegação de infidelidade partidária.
Ataques
Na reunião de anteontem, o ex-ministro Ciro Gomes disse que Eduardo Campos fez uma “canalhice” ao abandonar o apoio ao governo Dilma às vésperas do prazo-limite para a filiação partidária para as eleições de 2014. Após a reunião em Fortaleza, em que foi decidida a saída do PSB, Ciro fez duras críticas a Eduardo. “Essa (de Eduardo) foi em cima da hora, calculada, com todos os requintes dele, digamos assim, de canalhice. Então vamos ter que fazer toda essa programação”, disse o ex-ministro.
Durante a reunião, Ciro Gomes teria dito ainda que o ingresso em uma nova legenda será “tão apressada como uma fuga”. Os irmãos Gomes deixaram claro que escolherão um partido que dê apoio à reeleição de Dilma. Cid Gomes garantiu ainda que só vai para “onde for convidado”.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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