Fernando Bezerra deixa o cargo e, em seu lugar dele, a presidente Dilma nomeou Francisco Teixeira, que ficará até a reforma ministerial. Decisão irritou o PMDB
BRASÍLIA - A decisão da presidente Dilma Rousseff de adiar a substituição de Fernando Bezerra Coelho (PSB) por um pemedebista no Ministério da Integração Nacional provocou revolta no PMDB, que exige providências do vice-presidente da República e presidente licenciado da legenda, Michel Temer. O anúncio da saída foi feito pelo próprio Bezerra, no Twitter, ontem pela manhã. "Acabo de sair de uma boa e agradável conversa com a presidente Dilma. Agradeci a oportunidade de servir ao meu país, como ministro".
Ontem, após anúncio de que Bezerra Coelho não seria substituído imediatamente, integrantes do PMDB passaram a exigir que Temer converse com a presidente para defender a indicação do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), nome definido pelo partido após reuniões na semana passada. Contrariando a pressão do PMDB, Dilma nomeou para a Integração o subsecretário de Infraestrutura Hídrica, Francisco Teixeira, que ficará interinamente no cargo por alguns meses, conforme orientação da própria presidente. Teixeira é ligado ao governador do Ceará, Cid Gomes, que deixou o PSB para ingressar no recém-criado PROS. Cid e o irmão, Ciro Gomes, têm dito que não querem nenhum de seus afilhados no governo, para não darem margem à especulação de que saíram do PSB para manter os cargos que tinham na administração federal.
A informação oficial no Palácio do Planalto é de que Dilma nomeou Teixeira para evitar que haja interrupção nos projetos da Irrigação. Ainda conforme informações do Planalto, durante a audiência em que Fernando Bezerra entregou o cargo, a presidente pediu a ele que fizesse um breve relato sobre seus secretários, para escolher um que pudesse tocar o Ministério até dezembro ou janeiro, quando pretende fazer uma reforma ministerial ampliada.
Na conversa com Bezerra, Dilma informou que ia telefonar para o governador Eduardo Campos, provável adversário dela no ano que vem, a fim de agradecer a contribuição do PSB ao governo, falar do respeito que tem por ele, e reiterar que está mantido o canal de interlocução. A presidente quer deixar a porta aberta ao PSB. Ela sabe que na disputa de 2014 poderá precisar do apoio do partido no segundo turno.
Discurso
Em um discurso de 10 minutos na cerimônia de troca de cargo do Ministério da Integração, Bezerra Coelho afirmou que o partido deixa o governo federal para iniciar um debate para poder liderar um projeto político para o Brasil. "O PSB tem uma história de aliança com o PT desde 1989 e, portanto, essa relação continuará, apesar de o PSB agora, de forma legítima, após sucessivas vitórias eleitorais, iniciar um debate para poder liderar um projeto político para o Brasil", disse Bezerra.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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