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Serra fica no PSDB, mas sem se comprometer com Aécio
Ao anunciar decisão, paulista evita mencionar candidatura de rival em 2014
Ex-governador cogitava migrar para o PPS e disputar o Planalto; destino mais provável é concorrer ao Congresso
Marina Dias, Paulo Gama e Bruno Boghossian
SÃO PAULO - O ex-governador paulista José Serra anunciou ontem que continuará filiado ao PSDB, após passar meses cogitando a ideia de trocar o partido pelo nanico PPS para se candidatar novamente à Presidência nas eleições de 2014.
Serra comunicou sua decisão com uma mensagem em sua página no Facebook, a poucos dias do prazo para definir a filiação partidária dos políticos interessados em concorrer nas próximas eleições, que termina no sábado.
Serra disse que sua prioridade em 2014 será "derrotar o PT" e que o partido que ajudou a fundar continuará sendo "a trincheira adequada para lutar por esse propósito".
Em sua mensagem, o ex-governador não fez nenhuma menção ao senador mineiro Aécio Neves, que preside o PSDB e hoje é o favorito para ser o candidato dos tucanos à Presidência da República.
Em nota cheia de elogios ao correligionário, Aécio classificou Serra como figura "indispensável" ao partido e sugeriu que seu nome pode até ser considerado como "opção de grande dimensão" quando os tucanos definirem seu candidato, no ano que vem.
As chances de Serra vencer uma disputa interna com Aécio são praticamente nulas hoje. Se esse cenário não mudar até 2014, seu caminho mais provável será concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados ou no Senado.
Serra e Aécio tiveram três conversas em setembro. A última, na segunda-feira, ocorreu em um apartamento nos Jardins, na zona sul da capital paulista, com a presença do senador Aloysio Nunes (SP), aliado do ex-governador.
Durante quase três horas, eles discutiram vários cenários para 2014 e a necessidade de dar "tratamento adequado" para Serra no PSDB, nas palavras de um dos participantes do encontro.
Em conversas com pessoas próximas nas últimas semanas, Serra concluiu que a migração para o PPS poderia ser uma aventura, considerando a falta de aliados nos Estados, o pouco tempo de propaganda na televisão e as dificuldades que teria para financiar uma campanha presidencial.
O PPS foi o único partido que se mostrou disposto a oferecer legenda para Serra se candidatar novamente. O ex-governador disputou e perdeu para o PT as eleições presidenciais de 2002 e 2010.
O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), disse que quem perde com a decisão de Serra "são as oposições brasileiras, porque uma candidatura dele nos ajudaria a ir para o segundo turno".
Se o ex-governador desistir da disputa interna com Aécio, sua opção mais segura seria concorrer a deputado federal. No primeiro turno das eleições do ano passado, quando se candidatou a prefeito de São Paulo, Serra recebeu 1,8 milhão de votos.
Se a opção for o Senado, ele provavelmente terá que enfrentar outro adversário, o secretário estadual de Energia, José Aníbal, que já manifestou seu interesse pela vaga e hoje tem influência maior que a de Serra sobre a máquina do partido no Estado.
Fonte: Folha de S. Paulo
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