Eles não me representam.
Gosto muito do conceito de que a Democracia além de aferir a vontade da maioria é a garantia da expressão, e mesmo da existência, das minorias.
As três grandes candidaturas que hoje se apresentam para a eleição presidencial do ano que vem, e que eram 4 até há pouco, não me atraem. Duas delas são mais do mesmo, prosseguimento da simbiose beligerante de PT x PSDB, FHC x Lula, Dilma x Serra, Aécio x Dilma. Dicotômicos e opostos na política porém muito próximos nos programas essenciais que seus governos aplicaram, embora com variações de intensidade e competência: compensações sociais de um lado e tripé macro-econômico de outro. E por incrível que pareça, ambos bloqueando e desestimulando as reformas tributária, política, previdenciária e trabalhista. Ambos sem construírem nada para a infra-estrutura do país, (rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, energia etc). E ambos com máculas políticas e administrativas fruto de graves malfeitorias.
A outra, que tenta se colocar como terceira via, ainda não disse a que veio. Da parte de Eduardo Campos e do PSB pouco se sabe, a não ser o seu até muito recente alinhamento total (nas últimas 2 décadas) ao PT e a Lula. Da parte de Marina Silva e sua Rede sabe-se também o vínculo inicial ao PT e seu projeto, porém com um distanciamento deles alguns anos antes que seu parceiro. Falam de nova política mas ainda não apresentaram suas bases. Dizem o que não querem ser mas não o que são. Assim como foi a campanha passada de Marina, um sonoro não a tudo e um quase alguma coisa, com 20 milhões de votos.
Desagradam-me as influências trazidas por Marina e pela Rede para essa aliança: uma certa sacralização do tema Meio Ambiente contrapondo-o com a necessidade real de desenvolvimento, um certo messianismo e esoterismo na forma de tratar a política e, por parte da ex-ministra especificamente, uma visão extremamente conservadora sobre questões comportamentais e de costumes.
Felizmente a nossa Constituição previu a eleição em dois turnos, com o primeiro sendo um espaço privilegiado para a expressão das minorias e hoje, sinceramente, estou me sentindo bem minoritário - a procura de um candidato no primeiro turno.
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Urbano Patto é Arquiteto-Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional, dirigente do Partido Popular Socialista (PPS) de Taubaté e do Estado de São Paulo. Comentários, sugestões e críticas para urbanopatto@gmail.com
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