Em vez de transformar a eleição num "ringue", os candidatos deveriam discutir os principais problemas, como o fiasco do turismo num país tão "abençoado por Deus e bonito por natureza".
O tema ganhou visibilidade com a manchete da Folha, na segunda-feira, mostrando que as passagens aéreas já custam dez vezes mais na Copa, o que afugenta de vez os turistas. Embratur, Anac e Turismo sugerem soluções atabalhoadamente. Mas a culpa e a solução vão além deles.
O ministro Gastão Vieira admite que o número de turistas estrangeiros gira em torno de 5 milhões ao ano, com um "crescimento monótono". Um vexame para um país com 200 milhões de habitantes, litoral de fazer inveja, Amazônia, Pantanal, Itaipu, Nordeste, cidade maravilhosa, praia e sol o ano inteiro.
Uma alegação recorrente é a distância. "Mas por que 1 milhão de russos vão a Cuba por ano e não tem russo desembarcando aqui?", pergunta(-se?) o próprio ministro. Porque o Brasil é caríssimo, com impostos de amargar, infraestrutura péssima e constrangedora falta de investimento e de segurança.
A questão é de governo e transcende o Turismo, pequeno e sem recursos. É preciso atrair o capital privado internacional, inclusive no setor aéreo, aumentando o limite de 20% de capital estrangeiro das empresas e abrindo o máximo de rotas e voos para as companhias mundiais. Além, claro, de estimular a aviação regional e melhorar os aeroportos: 40 minutos esperando uma mala?!
Os aviões para os EUA, a Europa, e a Ásia estão sempre lotados porque brasileiros vão para lá, não porque estrangeiros vêm para cá. E por que os brasileiros preferem ir para lá, em vez de viajar cá? Por causa dos preços e das condições. No empurra-empurra no governo, ninguém vê isso. Nem os candidatos de 2014.
PS - O embaixador de um grande país queria levar a família a Salvador, mas, ao ver os preços, ficou em Brasília mesmo. Vai acabar no Caribe...
Fonte: Folha de S. Paulo
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