Líder do PT defende eventos da presidente pelo país por terem 'conexão com realidade'
Aguirre Talento, Gabriela Guerreiro
SALVADOR, BRASÍLIA - O aumento no ritmo de viagens da presidente Dilma Rousseff pelo país neste ano foi criticado ontem por integrantes da oposição, que apontaram uso da estrutura estatal para antecipação da campanha eleitoral de 2014.
Levantamento da Folha mostrou que, de janeiro a outubro, Dilma passou 51 dias em deslocamento, marca 19% acima da registrada no mesmo período de 2011 e 42% maior que em 2012.
"É triste para um país como o Brasil. Não temos uma presidente com a agenda de presidente. Temos uma presidente com agenda de candidata. As suas movimentações são todas na busca de um segundo mandato", afirmou o senador Aécio Neves (PSDB), provável candidato tucano à Presidência.
Ele ainda questionou o efeito de uma possível reeleição da petista no ano que vem. "Para quê um segundo mandato? Para eternizar os amigos no poder? E o Brasil? O Brasil está ficando no final da fila", disse.
O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), também apontou antecipação da campanha. Segundo ele, a presidente tem focado as viagens em cerimônias de entrega de diplomas de ensino profissionalizante, de casas populares e máquinas para colher dividendos eleitorais.
"O que ela quer é ter situações que rendam fotos e vídeos para a campanha dela", disse Sampaio, que pediu que Dilma divulgue o que está fazendo para acabar com a seca no Nordeste. "A transposição do São Francisco não aconteceu", disse.
O líder do PT, José Guimarães (CE), afirmou que a presidente está cumprindo agendas "em conexão com a realidade do país" e que esses eventos são importantes para a população.
"Se é pré-campanha ou não, a presidente governa o país e por isso tem que viajar para os Estados", afirmou.
Minha casa
Anteontem, a presidente esteve na Bahia, onde participou de evento que entregou 1.740 unidades do programa Minha Casa Minha Vida em Vitória da Conquista.
Reportagem da Folha relatou ontem que parte das casas, apesar de já estarem habitadas, ainda não contava com abastecimento de água nem de energia elétrica.
Em nota conjunta, o Ministério das Cidades, o Ministério do Planejamento e a Caixa Econômica Federal afirmaram ontem que as unidades contam com toda a infraestrutura de água, esgoto e energia elétrica necessária.
"Como qualquer cidadão que adquire um imóvel novo, o beneficiário do MCMV deve solicitar a ligação do fornecimento de energia e água em cada unidade, de acordo com a sua conveniência", diz a nota divulgada pelo governo
Fonte: Folha de S. Paulo
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