Campos não irá demitir e deixa a petistas decisão de se desligar das funções que ocupam no governo
Letícia Lins
RECIFE - Um dia após o Diretório Regional do PT ter decidido pela devolução de todos os cargos que o partido possui no governo de Pernambuco, até o fim da tarde de ontem nenhum havia sido entregue, segundo informou o secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar. Ele assegurou, ainda, que o governa¬dor Eduardo Campos (PSB) não vai demitir nenhum petista lotado na gestão. E que os desligamentos serão efetuados à medida que os pedidos de afastamento forem sendo encaminhados aos órgãos competentes.
O presidente do PT de Pernambuco, Pedro Eugênio Cabral, ratificou a posição do partido em carta entregue a Eduardo Campos ontem à tarde. No documento, que foi ratificado por 56% do diretório regional do partido, os petistas lembram que Campos, na qualidade de presidente nacional do PSB e pré-candidato à sucessão presidencial, não deixou para o PT outra alternativa, depois da entrega dos cargos ocupados no governo Dilma Rousseff.
"Nesse período, temos assistido a vários posicionamentos por parte do partido presidido por V. Ex^ que se colocam, claramente, em posição crítica ou até mesmo em clara oposição àqueles seguidos pelo governo federal, conduzido pela presidente" diz a carta.
Acrescenta, ainda, que o partido deliberou que "seus filiados que ocupem, a qualquer título, cargos de confiança" na administração conduzida pelo socialista "deverão deles se afastar". Após o encontro, Campos designou o secretário da Casa Civil para dar a posição do governo.
Alencar disse que ainda não tem o inventário dos petistas lotados no governo, mas lembrou de três que ocupam posições de destaque: o secretário de Cultura (Fernando Duarte), o secretário-executivo de Agricultura (Oscar Barreto) e o presidente da Empresa Pernambucana de Transporte Intermunicipal (Amaro João da Silva).
— Três ocupam posições mais relevantes, embora haja um elenco grande de outros quadros. Vamos proceder a apuração sem pressa. Recebemos o documento, e não faremos nenhum açodamento para retirar as pessoas que se dedicaram ao trabalho com seus talentos e que deverão acompanhar naturalmente a posição do PT sem traumas — afirmou o secretário.
Ao sair da reunião, Pedro Eugênio informou que a posição do PT é definitiva, mas que não foram estabelecidos prazos . para que o desembarque ocorra. Ressaltou, porém, que "a não observância" da decisão do partido implicará em desligamento dos resistentes.
— Se ficar comprovado que houve deliberada intenção de não obedecer, essas pessoas estarão se excluindo automaticamente do partido — disse.
Fonte: O Globo
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