Senador e presidenciável tucano responde às ironias dirigidas a ele pela presidente em programa de rádio
Maria Clara Prates
Aécio e Dilma se encontraram durante sessão solene do Congresso
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) – pré-candidato à sucessão presidencial – não deixou passarem em branco as ironias dirigidas a ele ontem pela presidente Dilma Rousseff (PT) durante programa de rádio em Pernambuco (PE). A petista comentou a inclusão dos programas do governo Mais Médicos e Bolsa-Família entre as 12 propostas que norteiam o projeto de governo do tucano. "É sempre bom que eles finalmente reconhecem alguma coisa", disse Dilma. Horas depois, o senador rebateu: "A presidente pode ficar tranquila que as ações positivas desse governo, que não são muitas, obviamente serão continuadas e aperfeiçoadas".
E não ficou só nisso. Dilma voltou a dizer que o hoje reconhecido programa Bolsa-Família já foi ironizado pela oposição, em várias outras eleições. "Durante um bom tempo, o Bolsa-Família foi chamado de Bolsa-Esmola. Mas hoje, todos sabem o reconhecimento", disse a presidente, que ofereceu um conselho ao adversário: "A oposição não pode nortear seus atos na base do quanto pior, melhor". O presidenciável tucano respondeu alegando que a presidente estava "equivocada". "Como ela agora se mostra muito conectada com as redes, sugiro que ela entre no YouTube e coloque lá: presidente Lula, 2002, esmola. Ela vai ver que foi seu tutor quem chamou os programas Bolsa-Escola e o Bolsa-Alimentação, que originaram o Bolsa-Família, de esmola", afirmou Aécio Neves.
Em meio à troca de farpas, Dilma e Aécio se esbarraram ontem nos corredores do Congresso Nacional, onde aconteceu uma sessão simbólica de devolução do mandato presidencial a João Goulart, cassado durante a ditadura militar. Dessa vez, a cordialidade venceu e os dois se cumprimentaram.
O senador Aécio Neves fez questão de ressaltar que encampar o programa Mais Médicos é um ponto de seu plano de governo, mas será necessário aprimorá-lo. "Nós votamos a favor do Mais Médicos, mas tentamos aprimorá-lo. Num governo do PSDB não haverá preconceito em relação a médicos de outros países, em especial os cubanos, que na minha avaliação até por viverem em um regime autoritário deveriam ter uma solidariedade ainda maior. Nós pagaremos aos cubanos que aqui vierem os R$ 10 mil que são hoje pagos aos médicos de outros lugares. Jamais faremos como faz o governo do PT, subordinando os interesses nacionais aos interesses de um regime autoritário" explicou. O senador se referia ao fato de os salários dos médicos cubanos serem pagos ao governo do país.
Marqueteiro. Ainda ontem, Aécio Neves minimizou a não renovação do contrato com seu marqueteiro Renato Pereira. "Contrato você assina e renova ou não renova em razão do desempenho. É uma coisa cotidiana", explicou. Segundo Aécio, embora o contrato de Renato vença no fim deste mês, ainda não há uma mobilização em busca de outro profissional e isso só deve ser definido no início do ano que vem. "Acho que vocês estão acostumados a ver a importância que o governo federal dá ao marqueteiro, que hoje tem posição de ministro de Estado", arrematou, se referindo ao publicitário João Santana, que mais uma vez coordenará o marketing petista na disputa eleitoral. (com agências)
Fonte: Estado de Minas
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