Lideranças petistas de Pernambuco tenta mostrar que as principais obras estruturantes do estado foram realizadas com recursos do governo federal. Em sua última visita, Dilma anunciou mais R$ 2,5 bilhões
Patrycia Monteiro Rizzotto
A ruptura da aliança entre Eduardo Campos (PSB-PE) e o PT ganhou novos contornos desde a entrega de cargos do PSB no governo federal, em setembro, para o lançamento de candidatura própria à Presidência da República. Após também se desligarem do governo pernambucano, agora, os petistas estão promovendo uma desconstrução de imagem do governador do estado, que detém a segunda melhor avaliação no Brasil, com 76% de aprovação, segundo pesquisa recente realizada pelo Ibope, a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O objetivo do PT é demonstrar que as principais obras estruturantes de Pernambuco, inauguradas durante a gestão de Campos, na verdade, foram realizadas com recursos do governo federal. Para tanto, há três meses o PT veiculou campanha local de comunicação mostrando os investimentos realizados pela União no estado.
Além disso, nos bastidores políticos, comenta-se que o PT dispõe de pesquisas qualitativas de opinião que mostram que alguns eleitores pernambucanos consideram Eduardo Campos “ingrato” e “traidor”, por ter rompido com Lula e o PT, e se aproximado do PSDB por ambições eleitorais.
A intenção do partido é capitalizar essa percepção negativa em favor da desconstrução da imagem do governador pessebista. “Na verdade, durante muitos anos Eduardo Campos associou sua imagem a vários empreendimentos realizados em Pernambuco com recursos do governo federal, minimizando a associação da imagem do próprio governo federal a esses projetos.
Enquanto fomos aliados, não víamos nenhum problema nessa equação desequilibrada. Contudo, agora que Campos decidiu lançar sua candidatura, queremos mostrar que essas obras têm DNA do Lula e da Dilma”, afirma o deputado federal João Paulo Lima, ex-prefeito de Recife (PE). Segundo ele, entre as obras estruturantes erguidas com apoio do governo federal há dois estaleiros, a Refinaria Abreu e Lima (segunda obra mais cara do PAC), a Hemobrás, a duplicação da BR- 101, a transposição do Rio São Francisco e a Transnordestina.
“É importante ressaltar que a concretização desses empreendimentos dependem de decisão política - porque essas obras poderiam ir para outros estados,mas foram direcionadas para Pernambuco. Como é o caso de dois novos investimentos anunciados pela presidenta Dilma na última terça-feira, quando visitou o estado, e confirmou que vai destinar outros R$ 2,5 bilhões para a construção do Arco Metropolitano, de 77 Km, que ligará os municípios de Igarassu e Cabo de Santo Agostinho, e a implantação do VLT (veículo leve sobre trilhos)”, ressalta.
De fato, Pernambuco foi um dos estados da região Nordeste do país mais beneficiados pelo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) desde a sua criação. No total, vai receber R$ 95,31 bilhões em recursos do programa, quantia similar ao estado da Bahia, que detém o maior PIB da região. “Em relação às pesquisas que apontam a questão da ingratidão e traição de Eduardo Campos, eu desconheço.
Tudo o que posso dizer é que durante a recente visita de Dilma nas instalações da Refinaria Abreu e Lima, alguns operários disseram à presidente que estavam desapontados como governador porque ele cuspiu no prato que comeu’”, diz Lima.
Rebatendo às críticas, o deputado federal Beto Albuquerque, líder do PSB na Câmara, diz que o governo federal não fez nenhum favor em investir recursos em Pernambuco porque tem como prerrogativa trabalhar pelo Brasil. “Um bom gestor não se faz apenas com dinheiro. Se fosse assim, todas as gestões petistas seriam bem avaliadas”, contesta.
Fonte: Brasil Econômico
Nenhum comentário:
Postar um comentário