Presidente também fez provocação a Aécio, que defendeu "reestatização , da Petrobrás": "Ô gente, isso não é sério, né?"
BRASÍLIA - Um dia após o PSDB lançar cartilha com diretrizes para nortear o programa partidário nas próximas eleições, a presidente Dilma Rousseff aproveitou ontem duas ocasiões distintas para alfinetar a sigla do senador Aécio Neves (MG). Em entrevista a emissoras de rádio de Pernambuco, afirmou que é bom ver que os tucanos "reconhecem alguma coisa" do governo federal,, como o programa Mais Médicos e o Bolsa Família. Foi uma referência à cartilha tucaria, que cita a necessidade de avanços nesses programas.
Dèpois, durante café com jornalistas, ironizou o discurso de Aécio, que tem defendido a "reestatização da Petrobrás". "Ô gente, isso não é sério, né? Esse troço de falar que vão reestatizar a Petrobrás. A Petrobrax, você está falando da Petrobrax, vai chamar Petrobraxnovamente?", ironizou a presidente, lembrando a tentativa de mudar o nome da empresa durante o segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Para Aécio, a "reestatização" da Petrobrás é necessária para que a estatal deixe de ser "um instrumento para fazer frente à incompetência do governo em controlar a inflação". "É a profissionalização da Petrobrás, de novo a meritocracia comandando a Petrobrás, a Eletrobrás, as principais empresas públicas", afirmou ontem, em resposta a Dilma. O senador também disse que as "coisas boas" desse governo "serão não só mantidas, como aperfeiçoadas no futuro governo do PSDB".
Voto. Aécio também respondeu às declarações de Dilma segundo as quais os tucanos foram contra o Mais Médicos. A presidente chegou a afirmar que achava que os tucanos tinham votado contra o projeto que criou o programa que tenta levar atendimento para áreas pobres e distantes do País. "Eu não tenho certeza dessa afirmação que eu estou te fazendo, mas se votaram (a favor) eu agradeço antecipadamente e fico muito feliz por ter votado, porque é uma prova que a oposição não pode ser o quanto pior melhor", afirmou Dilma "A presidente se equivoca dizendo que votamos contra o Mais Médicos. Votamos a favor, mas buscamos aprimorá-lo, o que infelizmente não conseguimos fazer, mas faremos no governo do PSDB", rebateu Aécio, provável candidato do partido à Presidência da República no ano que vem.
"O que não ocorrerá num governo do PSDB é o financiamento de um regime autoritário com recursos do tesouro, a pretexto de garantir recursos para um programa social", afirmou o senador mineiro. A avaliação dos tucanos, conforme a cartilha divulgada anteontem em evento em Brasília, é que a Petrobrás "Vem sendo arruinada, vergada por projetos fracassados ou obscuros e responsabilidades que não lhe dizem respeito, como o controle da inflação".
Rafael Moraes Moura, Débora Álvares, Tânia Monteiro e Vera Rosa
Fonte: O Estado de S. Paulo
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