Na assinatura da ordem de serviço para construção da UPAE em Carpina, governador-presidenciável, alvo de ataques do PT, afirma que é preciso "saber vencer"
Gabriela López
Na primeira aparição pública após o polêmico texto postado no perfil institucional do PT no Facebook, o governador-presidenciável Eduardo Campos (PSB) condenou "agressões à vida e à honra" das pessoas e sugeriu que os petistas estão usando o poder para prejudicá-lo. As declarações foram feitas em discurso ontem durante cerimônia de assinatura da ordem de serviço para construção de uma Unidade Pernambucana de Atenção Especializada (UPAE) em Carpina, Zona da Mata Norte do Estado.
Apesar do discurso acalorado, em entrevista à imprensa após o evento, ele não quis comentar o episódio: "Sobre este assunto eu já falei (na página do Facebook) e não tenho nada a acrescentar. Não vou ficar fazendo o debate sobre o Brasil nestes termos".
A nota petista, publicada na última terça-feira (7) e que já teve mais de 2 mil compartilhamentos, chama Eduardo Campos de "tolo" e o acusa de "vender a alma à oposição" em troca de uma "probabilidade distante" de ser presidente da República. Ainda é dito que o ex-governador Miguel Arraes, avô do socialista, "morreria de desgosto" se estivesse acompanhando os passos dados pelo neto.
No discurso de ontem, o governador defendeu que é preciso "saber vencer", pois quem ganha tem a "máquina", "instrumentos" e "eventual poder", que, se forem mal utilizados, podem "fazer mal ao povo" e "prejudicar as pessoas".
"Jamais vocês me viram no rádio ou na televisão falando mal de quem quer que seja, agredindo a vida e a honra de qualquer um... me viram unindo Pernambuco, trabalhando de domingo a domingo para fazer os projetos e transformá-los em realidade", disse. Ele recorreu às eleições de 2006, quando se elegeu governador, para afirmar que faz o debate político em torno de "ideias", "história" e "palavras".
Além da responder indiretamente ao ataque petista, Campos voltou a criticar a administração federal, desta vez, com foco na saúde. Para ele, o setor tem um baixo financiamento. O socialista defendeu que é mais barato e eficiente investir na prevenção do que no tratamento de doenças. "No governo, tem muita gente que é bom de conversa, mas para transformar a conversa em vida melhor para um trabalhador rural, uma dona de casa... ele não sabe nem como fazer. É mesmo que botar ele para pilotar um avião", ironizou.
O secretário estadual de Saúde, Antônio Figueira, também criticou o governo federal. Ao comentar os esforços dos Estados e municípios para financiar a saúde, ele avaliou que existe um "subfinanciamento federal perverso". Segundo Figueira, há 20 anos, a cada R$ 100 investido no Sistema Único de Saúde, 75% vinha da União. Hoje, este percentual caiu para R$ 40%.
"Médico é importante, mas o que é importante é mais saúde e, para tratar de mais saúde, tem que ter compromisso. E compromisso se traduz com gasto orçamentário", provocou, em outro momento, em uma crítica indireta à prioridade dada pela presidente Dilma Rousseff ao programa Mais Médico.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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