Cristiane Agostine
SÃO PAULO - O presidente nacional do PSB e pré-candidato à Presidência, Eduardo Campos, orientou o comando de seu partido em São Paulo a aliar-se até o fim do mês com o PSDB e apoiar a reeleição do governador paulista, Geraldo Alckmin. A indicação do PSB para a vice de Alckmin, se confirmada, representará uma derrota política da ex-senadora Marina Silva (PSB), que rejeita a aliança com o tucano e defende o lançamento de candidato próprio no maior colégio eleitoral do país.
Na quarta-feira o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB), reuniu-se com Alckmin na sede do governo paulista e reforçou ao tucano que os dois partidos estarão juntos nesta eleição, apesar de Marina e seu grupo político criticarem o provável acordo. "Diferentemente do que foi divulgado por Marina, a vontade da ampla maioria do PSB é de caminhar junto com Alckmin no Estado", disse ontem Donizette, ao relatar a conversa com o governador. "É muito importante estar junto com o PSDB em São Paulo para reforçar o palanque para a candidatura de Campos", afirmou o prefeito, que é vice-presidente do PSB paulista.
Depois da conversa, Donizette ligou para Campos e relatou a receptividade de Alckmin. Ex-tucano, o prefeito foi eleito em 2012 com apoio de Campos e Alckmin e prometeu retribuir neste ano a ajuda que recebeu do tucano.
O presidente do diretório estadual do PSB de São Paulo, deputado Márcio França, descartou ontem o lançamento da candidatura própria defendida por Marina e minimizou a influência política da ex-senadora nos rumos da legenda em São Paulo. No comando do PSB paulista, França reforçou que Marina e seu grupo político são minoria. "Ela filiou 80 pessoas ao PSB. Nós filiamos 232 mil", afirmou França. "Marina entrou no PSB faltando 24 horas para o fim do prazo para filiação. Nós já estávamos discutindo as alianças nos Estados quando ela entrou".
Alckmin, segundo França, tem forte influência na chapa montada pelo PSB para disputar a Câmara dos Deputados e a Assembleia Legislativa nas eleições: dos 250 postulantes que o partido lançará neste ano, 70 foram indicados pelo tucano. Dessa forma, disse o dirigente, não teria como o PSB desfazer o acordo com o PSDB, articulado desde antes da entrada de Marina no PSB.
"Não tem sentido trocar Alckmin, que é favorito, por uma candidatura voluntariosa. Qualquer candidatura sem expressão vai nos puxar para baixo", disse. "Não há nada que mostre vantagem em ter candidatura própria. O único fator que explicaria isso seria psicológico, de criar um fato novo". O partido participa do governo tucano, com a Secretaria de Turismo. "Não faz sentido lançar uma candidatura em oposição a Alckmin".
Interlocutor de Campos no Sudeste, o presidente do PSB-SP reforçou as divergências entre seu partido e o grupo da ex-senadora. "Desde quando Marina entrou no PSB, ela disse que queria ser tratada como outro partido. Formalmente somos um partido só, mas ela tem outras bandeiras, diferentes das nossas", afirmou França em relação ao Rede Sustentabilidade, articulado pela ex-senadora.
França é o mais cotado dentro do PSB para ocupar a vice na chapa de Alckmin. Foi cogitada também a indicação de um nome do PSB para o Senado, caso não dê certo a negociação em torno da vice, mas o partido descartou a oferta.
O dirigente afirmou que antes de o PSB anunciar um provável acordo com Alckmin, o partido deve definir que Campos, que é governador de Pernambuco, será o candidato à Presidência em outubro e não Marina. Esse anúncio deve ser feito até o fim deste mês.
Até o fim do mês, Alckmin e Campos devem se reunir para negociar o eventual acordo.
Fonte: Valor Econômico
Um comentário:
Marina não consegue tocar nem boteco de cafezinho.
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