Presidenciável e ex-senadora demonstram sintonia, justificando as alianças com quem acate o programa do PSB-Rede
Gabriela López
Com a missão de construir uma aliança forte para sustentar sua candidatura a presidente da República este ano, o governador-presidenciável Eduardo Campos (PSB) colocou como critério para o ingresso de partidos no seu palanque a afinidade com o programa de governo que está sendo elaborado pelo PSB e Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva.
"Quem concordar com o programa será bem-vindo", resumiu o socialista em entrevista ao lado de Marina Silva, no Recife, ontem, quando ela visitou a primeira-dama, Renata Campos, que deu à luz quinto filho do casal, Miguel, há dez dias. A declaração foi a resposta dada ao ser questionado se algumas alianças costuradas por ele - com o deputado federal Inocêncio Oliveira (PR), por exemplo - não colocam em xeque seu discurso de defesa da "nova política".
"A nova política é quando os políticos se unem em torno de uma pauta do povo, como fizemos em Pernambuco. Em 2006, nos unimos com partidos de centro - como este que você citou (o PR) - e fizemos um governo de mudanças, reconhecido por 80% da população, porque fizemos alianças em torno de um programa. Velha política é quando os políticos se reúnem em torno dos seus interesses, só para ser as coisas", argumentou.
Marina Silva passou cerca de duas horas e meia na casa do governador e, em entrevista depois, negou conversas sobre política. "Temos que respeitar este momento do casal", justificou. Ela afirmou que aproveitou a passagem por Pernambuco - onde participou, à noite, de um seminário promovido pela Igreja Anglicana, em Jaboatão dos Guararapes - para visitar a família de Eduardo Campos.
Em um discurso alinhado com o do socialista, Marina Silva sustentou que as costuras serão feitas com base no programa. "Nenhuma aliança está consolidada. Os contatos que estão sendo feitos pelo PSB e o esforço que estamos fazendo são para que tenham (as alianças) uma base de sustentação coerente com o programa. Não vamos fazer nada que se sobreponha ao conteúdo", comentou, ao ser questionada sobre o imbróglio para definir o palanque em São Paulo. Lá, a Rede resiste a apoiar a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB) - preferência dos socialistas -, defendendo o lançamento de um nome próprio.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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