João Domingos e Débora Álvares
BRASÍLIA - Pesou na decisão da renúncia do ex-deputado Eduardo Azeredo a entrevista coletiva em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu, na segunda-feira, a punição de tucanos acusados de corrupção. FHC disse que "se o STF achar que tem culpa é que tem culpa", ao responder a uma pergunta sobre o prejuízo que o caso causaria à campanha do pré-candidato à Presidência Aécio Neves.
Segundo informações de parlamentares amigos de Azeredo, ele ficou "profundamente mexido" com as palavras de FHC. Chegou mesmo a ter "uma crise de depressão". Azeredo teria comentado que não tinha mais como exercer o cargo de deputado se estava "sendo abandonado até pelos amigos".
Questionado ontem sobre a renúncia, Aécio negou que o partido tenha pressionado o correligionário. "É uma decisão de foro íntimo e tem que ser respeitada", afirmou o senador mineiro, logo depois de deixar uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça do Senado.
Aécio afirmou que agora o ex-deputado deve se dedicar à sua defesa. "Ele é conhecido e reconhecido em Minas como homem de bem", disse o pré-candidato ao Palácio do Planalto.
Integrantes da cúpula do PSDB lamentaram nos bastidores o fato de Azeredo ter renunciado na véspera do lançamento da pré-candidatura do ex-ministro Pimenta da Veiga ao governo de Minas. A cerimônia ocorre hoje em Belo Horizonte.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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