As “jornadas de junho” (tema central do último Boletim Cedes), que mobilizaram uma enorme energia popular, vêm se desdobrando em múltiplas facetas, que não apenas se revelam de modo mais sensível nas cenas dramáticas das ruas, mas também na produção de novas perspectivas sobre o futuro da democracia brasileira. Vivemos, sem dúvida, um momento que desafia nossa capacidade de formular perguntas e que demanda a articulação de distintos campos de reflexão.
No centro dessa agenda certamente está a questão juvenil, e talvez se possa afirmar que desde os anos de 1980 não se vive no Brasil um gap tão significativo entre as gerações, o que efetivamente coloca novas exigências às instituições sociais, culturais e políticas criadas em 1988.
Esse debate é o tema central deste número do Boletim Cedes, e a maior parte das contribuições que ele traz foi produzida por provocação do Seminário “Educação, juventude e democracia”, realizado pelo Cedes, em novembro de 2013, na PUC-Rio. Além da resenha com a memória desse seminário, o Boletim também reúne contribuições que procuram refletir sobre a relação da juventude com a política, com a polícia e com a escola. Esse material compõe a primeira seção do Boletim.
Na seção sobre “Direito e suas Instituições”, o Boletim traz um artigo sobre o processo de formação do Ministério Público do Trabalho; na seção “Resenhas”, a apresentação e análise de um livro recentemente lançado sobre juventude e cultura cívica; e na seção “Opinião”, uma reflexão sobre os black bloc e sua possível relação com outro fenômeno juvenil, e que tem sido chamado de “nem-nem” (nem estudo, nem trabalho).
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