Custo de vida na região metropolitana já acumula avanço de 7,87% em 12 meses
Clarice Spitz – O Globo
RIO - Os cariocas estão sofrendo mais a pressão da inflação do que o resto do país. A alta do custo de vida da região metropolitana acumulada em 12 meses até março já chega a 7,87%, informou nesta quarta-feira o IBGE, a maior variação entre as regiões pesquisadas pelo instituto para apuração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de inflação do país utilizado governo para orientar o sistema de metas de inflação. No país, em 12 meses, o IPCA avança 6,15%.
A segunda maior inflação acumulada no período foi registrada na região metropolitana de São Paulo e fica bem abaixo da taxa do Rio: 6,41%.
Segundo Eulina Nunes dos Santos, gerente da pesquisa, as maiores pressões vieram do reajuste de tarifas de ônibus urbano — o Rio foi o único a reajustar tarifas — ao item empregada doméstica, que subiu 16,66%, além dos preços dos alimentos. O grupo Alimentos sobe 8,84% em 12 meses, Transporte avança 6,55% e Despesas pessoais, 12,30%.
— Só empregada doméstica subiu 16,66% e foi a maior alta do grupo Despesas pessoais — afirmou Eulina.
Em Brasília, o IPCA acumula em 12 meses alta de 6,06%, em Curitiba, 6,36%, Porto Alegre, 6,04%, Goiânia, 5,69%, Belo Horizonte, 5,72%, Salvador, 4,89%, Fortaleza, 5,32%, Belém, 4,28% e Recife, 6,21%.
A seca está pressionando os preços dos alimentos em todo o país. O IPCA subiu 0,92% em março, após a alta de 0,69% em fevereiro, segundo o IBGE. É o maior patamar desde dezembro e o mais alto para meses de março desde 2003. Em março do ano passado, o índice apresentou variação de 0,47%. No acumulado do ano, houve aumento de 2,18%.
No país, o grupo de Alimentação e bebidas subiu 1,92%, após ter tido alta de 0,56% em fevereiro. Sozinho, o grupo foi responsável por 51% de todo o IPCA do mês. Em segundo lugar veio o grupo Transporte, com alta de 1,38%, com impacto de 0,26 ponto percentual.
O índice abrange as famílias em áreas urbanas cujos rendimentos estão entre um a 40 salários-mínimos. A coleta ocorre nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Vitória e Porto Alegre, Brasília e municípios de Goiânia e Campo Grande.
Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou alta de 0,82% em março. Em fevereiro, a variação havia sido de 0,64%. Em março de 2013, o indicador avançara 0,60%. No primeiro trimestre, o indicador registrou aumento de 2,10% e, em 12 meses, subiu 5,62%. O INPC mede a inflação nas famílias com rendimentos mensais de 1 um e cinco salários-mínimos de quem vive nas mesmas regiões pesquisadas no IPCA.
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