• Presidenciável ironizou título de mãe do PAC dado pelo ex-presidente Lula
Sérgio Roxo – O Globo
SÃO PAULO - O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, afirmou nesta segunda-feira que a presidente Dilma Rousseff se transformou de mãe do Programa de Acerelação do Crescimento (PAC) em madrinha da inflação. O presidenciável disse ainda que o atual governo "não é de esquerda".
- Quem era mãe do PAC ficou sendo a madrinha da inflação - declarou Campos, em entrevista ao programa "Roda Viva", da TV Cultura
Antes de ser oficializada candidata a presidente em 2010, Dilma passou a ser chamada de mãe PAC pelo então presidente e seu padrinho político Luiz Inácio Lula da Silva.
Campos também afirmou que o governo Dilma "não é de esquerda", porque não conseguiu manter o desenvolvimento econômico, não aprofundou a reforma a agrária e não garantiu a soberania internacional do país.
O presidenciável descartou fazer novas privatizações em seu eventual governo, mas negou ter restrição ideológica ao tema.
- Não tenho nenhum preconceito com privatizações. Mas não enxergo no Brasil o que privatizar. Enxergo o que (é preciso) conceder.
Campos defendeu que pode implantar um novo modelo político no país para acabar com o fisiologismo seguindo o que aconteceu na aprovação do Plano Real.
- O presidente Itamar Franco fez a votação do Plano Real sem distribuição de cargos
Novamente, se comprometeu a reduzir pela metade o número de ministérios, mas se recusou a listar quais pastas fecharia. Depois de insistência dos entrevistadores, admitiu que o Ministério da Pesca poderia ser extinto.
Dentro do modelo que pretende implantar, disse que gostaria de unir PT e PSDB em seu eventual governo. Elogiou as gestões de Fernando Henrique Cardoso e Lula e disse:
- O presidente Lula fez mais porque encontrou um Brasil já arrumado
Questionado sobre o impasse do PSB na eleição de São Paulo, reconheceu a possibilidade de o seu partido e a Rede, dos aliados de Marina Silva, caminharem separados:
- Se não tivermos um acordo vamos respeitar a decisão de cada partido.
O PSB quer apoiar a reeleição de Geraldo Alckmin (PSDB) e a Rede quer uma candidatura própria no estadual.
Campos se disse contrário a uma mudança na legislação para permitir a legalização da maconha, como no Uruguai:
—- Num país que vive uma epidemia do crack, a gente que acha a questão da droga não é se legaliza ou não a maconha. A questão hoje que a cidadania quer é que a gente aumente o efetivo da Polícia Federal, que tomem conta das nossas fronteiras, que combatam o tráfico que está matando centenas de jovens, levando o furto a explodir nas cidades pequenas, médias e grandes e gerando um ambiente de insegurança.
Mais uma vez, o pré-candidato se declarou contra a legalização do aborto, "mantendo a posição que já tinha antes de ser candidato". Ainda dentro dos temais sociais, se declarou contra a homofobia.
— Tenho uma posição muito clara contra a homofobia. Não podemos discriminar nenhum cidadão por orientação sexual.
O ex-governador também afirmou que poderia implantar em seu eventual governo novas faixas para o Imposto de Renda, mas abaixo do teto de 27,5% de hoje.
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