terça-feira, 27 de maio de 2014

Marina não é ameaça ao agronegócio no país, afirma Campos

• Pré-candidato ao Planalto comparou a resistência à sua vice à preocupação do empresariado com Lula em 2002

• Integrante do Partido Socialista Brasileiro, Campos disse que, se eleito, governará o país no "sistema capitalista"

Marina Dias – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - Durante café da manhã com empresários nesta segunda-feira (26), em São Paulo, o pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, afirmou que a ex-senadora Marina Silva, sua vice na chapa para a disputa pelo Palácio do Planalto, será "uma grande oportunidade em vez de uma ameaça" ao agronegócio brasileiro.

Campos foi questionado sobre o quanto Marina poderia "atrapalhar" a atuação de um futuro governo do PSB frente ao setor, devido a sua atuação como defensora da causa ambientalista.

"Acho que aí tem uma grande oportunidade em vez de uma ameaça, porque vejo uma preocupação permanente de se ter uma produção sustentável, a recuperação de áreas degradadas, de se fazer o agronegócio evoluir sem ser por cima das florestas", afirmou em evento do jornal "O Estado de S. Paulo".

O ex-governador de Pernambuco comparou a resistência que o setor apresenta em relação à sua vice à preocupação que o empresariado tinha diante do ex-presidente Lula que, segundo Campos, fez um governo que se tornou "uma surpresa agradável".

"Não foi uma surpresa para mim [a atuação de Lula na área econômica], como não vai ser surpresa ver o agronegócio compreendendo o quanto é importante a Marina se tornar vice-presidente do Brasil", disse Campos.

"Quem disser que dá para fazer agronegócio sem sustentabilidade está mentindo. Esses valores vieram para ficar", completou. Ele prometeu um ambiente de "segurança jurídica" para o setor.

Presidente nacional do PSB (Partido Socialista Brasileiro), Campos afirmou que, se eleito, irá dirigir o país no sistema capitalista.

"Como presidente da República, desejo deixar muito claro ao país que o presidente não terá nenhum tipo de preconceito contra o capital privado e contra o lucro. Nós vamos dirigir o país no sistema capitalista", declarou.

Recentemente, o partido abriu a discussão sobre a possibilidade de alterar trechos do manifesto da sigla, de 1947. O documento defende "socialização dos meios de produção" e limites à propriedade privada.

Ditadura
O ex-governador afirmou que o setor energético padece de falta de planejamento e vive uma "ditadura absoluta", com decisões concentradas nas mãos de "um, dois ou três", sem citar nomes.

Ele também afirmou que o governo faz "política macroeconômica com as estatais", no caso da Petrobras, ao, por exemplo, controlar o preço dos combustíveis.

"É preciso devolver governança à Petrobras, blindá-la da politicagem e com regra das receitas que não submeta à petroleira (ao controle)", disse Campos.

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