segunda-feira, 12 de maio de 2014

PPS vai pedir que CPI investigue caso de refinaria no Maranhão

• Rubens Bueno diz que PT e aliados abusam da Petrobras

• Agripino Maia, do DEM, afirma que irregularidades serão investigadas na CPI da Petrobras

- O Globo

RIO — O deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara, disse que as irregularidades na construção da Refinaria Premium I, divulgadas pelo O GLOBO, precisam ser investigadas pela CPI Mista da Petrobras.

- De imediato vamos solicitar ao Tribunal de Contas da União (TCU) cópias das auditorias nas obras da refinaria. Mas, sem dúvida, é mais um caso que precisa ser levado para a CPI Mista da Petrobras. Além do prejuízo para a estatal com as obras de terraplanagem, existe todo um reflexo na economia local, que se preparou para receber o empreendimento e agora convive com uma situação de incerteza - declarou Bueno.

Segundo o parlamentar, o PT e seus aliados “abusam” da Petrobras:

- Pelo que se viu até agora, além de benefícios para doadores de campanha e das suspeitas de desvio de recursos para partidos, há também o lançamento de obras, na véspera das eleições, para angariar votos. Esse é o caso específico da Refinaria Premiam I, um verdadeiro estelionato eleitoral.

Ao comentar as irregularidades nas obras da refinaria, o líder do DEM no Senado José Agripino Maia (DEM-RN) afirmou que o assunto será incluído na CPI da Petrobras:

- Esse é um assunto que, seguramente, será incluído nas investigações da CPI da Petrobras. É inevitável, são fatos correlators. Todos fruto dessa chaga, que é a gestão petista na Petrobras - disse o senador.

No lançamento da pedra fundamental da Refinaria Premium I em Bacabeira, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a governadora Roseana Sarney, o pai dela, senador José Sarney (PMDB-AP) e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, fizeram festa, com direito a discurso. A refinaria seria a maior do com capacidade de produzir 600 mil barris/dia, empregaria 25 mil pessoas no ápice das obras e deveria entrar em pleno funcionamento em 2016. Quatro anos depois, o que se vê é a paralisação da obra, que somente em terraplanagem, consumiu R$ 583 milhões, além de mais R$ 1 bilhão em projetos, treinamentos, transporte, estudos ambientais. Todo o montante foi pago pela Petrobras.

O custo total da refinaria está estimado em R$ 38 bilhões, mas a própria empresa afirmou que “somente após a conclusão da etapa de consulta ao mercado será possível mensurar o custo total da refinaria”. A previsão, agora, é que ela entre em operação em 2018.

Na semana passada, o presidente do Senado, Renan Calheiros, determinou a abertura da CPI mista da Petrobras, além da comissão de ínquérito no Senado também para investigar irregularidades na estatal. Desde então, o governo e a oposição promovem uma queda de braço para instalar somente a CPI mais favorável a seus interesses e, por isso, não indicam os nomes para integrar a outra. Enquanto o governo defende a CPI no Senado, onde seria mais fácil controlar as investigações, a oposição briga pela abertura da comissão mista, com senadores e deputados.

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