- Folha de S. Paulo
Eleição presidencial sem candidato paulista de peso e com dois fortes oponentes mineiros --a petista Dilma e o tucano Aécio-- é uma novidade. Faz de Minas, segundo colégio eleitoral do país, palco estratégico da guerra nacional.
Andando por Belo Horizonte nos últimos dias, fica claro que a petista Dilma sofre forte rejeição em sua terra, muito acima do imaginado --dado captado por pesquisas e checado no contato direto com os mineiros.
Surtiu efeito a estratégia tucana de colar na presidente a imagem de uma mineira que abandonou sua terrinha. E só agora, na véspera da eleição, volta para casa para ser perdoada pelos seus conterrâneos.
Em BH, na sexta-feira (30), Dilma desfiou uma série de ações que destinou a Minas para tentar mostrar que não é uma mineira ingrata. Enquanto isso, cartazes eram colados nas ruas tachando-a de mentirosa, de prometer obras e não cumprir.
Como em tudo na política, os dois lados têm sua parcela de razão e seu naco de pinóquio na história. Só que Dilma levou a pior. A seu favor, terá um candidato forte na disputa pelo governo mineiro. O petista Fernando Pimentel está na frente das pesquisas e vai trabalhar para reduzir a rejeição ao nome da amiga.
Mas pode ter de conviver com a repetição, talvez em dose menor, de um fenômeno presente em eleições anteriores. Nas ruas, há quem diga que pode votar em Aécio para presidente e Pimentel para governador.
Em Minas, por sinal, é engraçado assistir a comerciais do candidato tucano Pimenta da Veiga ao governo. É mais um pedido de voto para presidente do que para governador. Tática montada sob encomenda para turbinar Aécio em seu Estado.
Enfim, como disse Lula em BH, ao lado de Dilma e Pimentel, a presidente terá de ser, cada vez mais, paz e amor para apagar a imagem de raivosa que grudaram nela. Em Minas, terá de se esforçar ainda mais para provar que seu sangue é mais mineiro do que gaúcho.
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