segunda-feira, 2 de junho de 2014

Dilma inaugura obras inacabadas no Rio

• Expansão no aeroporto do Galeão, corredor de ônibus BRT Transcarioca e conjunto habitacional estão incompletos

• Presidente afirma que Copa deixará legado de obras e pede hospitalidade para os turistas que chegarão

Diana Brito, Pedro Soares – Folha de S. Paulo

RIO - Numa série de eventos com clima de campanha e trilha de samba, além de protestos pontuais de professores e servidores federais, a presidente Dilma Rousseff passou o domingo (1º) no Rio de Janeiro para inaugurar três obras, nenhuma delas finalizada.

A primeira visita foi ao aeroporto Tom Jobim (Galeão), onde Dilma inaugurou a expansão do terminal 2, num trajeto cercado por tapumes.

Dilma disse que os aeroportos "eram" algo para a elite e criticou quem os compara a "grandes rodoviárias". Disse ainda que as obras nos terminais são para "o povo", que merece algo "de qualidade".

Na sequência, a presidente pegou o ônibus inaugural do BRT Transcarioca, corredor exclusivo que ligará o Galeão à Barra da Tijuca, na zona oeste, e que é a única obra de mobilidade do Rio para a Copa --apenas 22 das 47 estações previstas entrarão em operação nesta semana.

Ao inaugurar o BRT, Dilma disse que a Copa deixará "um legado" de obras e pediu hospitalidade para os turistas que vêm para os jogos.

"Na mala deles não cabe o BRT, o aeroporto do Galeão. Não cabe o estádio do Maracanã [todas obras financiadas pelo governo federal]. Agora, cabe o gesto de carinho, de afeto, de bem receber", disse a presidente na estação de Madureira (zona norte).

R$ 140, café e almoço
Da cerimônia participaram 150 trabalhadores da obra, com bandeiras do Brasil. Alguns disseram à Folha ter recebido das empreiteiras da obra o valor de uma diária de trabalho dominical (R$ 140) para participar do ato, além de café da manhã e almoço.

Nenhum operário quis se identificar. Procuradas, as responsáveis pela obra (Andrade Gutierrez, Carioca e OAS) não foram localizadas.

À tarde, Dilma inaugurou parte do conjunto habitacional da antiga fábrica da CCPL, em Manguinhos, Benfica (zona norte).

Enquanto a presidente entregava 564 unidades habitacionais --outras 164 ainda não estão concluídas--, cerca de cem servidores federais das áreas de saúde e educação, além de integrantes da Frente Internacional dos Sem-Teto, protestavam na entrada por melhorias no trabalho.

A comitiva da presidente, no entanto, só passou de carro em meio à manifestação na porta do conjunto.

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