- O Estado de S. Paulo
Na média Estadão Dados das pesquisas, Dilma Rousseff (PT) mantém-se estável com 36%, Marina Silva (PSB) tem 30%, e Aécio Neves (PSDB) tem 17%. Esses valores já incluem a pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (37%, 30%, 17%).
Embora haja trocas de eleitores entre Dilma e Marina, e entre Marina e Aécio, os movimentos não têm sido fortes o suficiente para alterar a projeção de segundo turno. O mais provável é a disputa entre as candidatas do PT e PSB. Pelo menos até agora, a recuperação do tucano limita-se a eleitores que haviam ensaiado voto útil em Marina na esperança de derrotar Dilma logo no primeiro turno e estão voltando para seu candidato preferencial.
Mais do que sinalizar uma virada, essa migração de retorno do eleitor antipetista para o ninho tucano esvazia o momentum da candidatura de Marina. Perder o embalo às vésperas da reta final da campanha nunca é bom. Tem custos psicológicos e financeiros.
Dilma segue com um piso mais alto (36% a 30%), mas um teto mais baixo do que Marina (54% a 65%). Esse limite superior é estimado com base no potencial de voto registrado na pesquisa Ibope desta semana. Ele é a soma dos eleitores que dizem que votariam com certeza com os que poderiam votar em cada uma das candidatas.
O voto em Dilma é mais consolidado: 33% “votariam com certeza” na petista, contra 25% de Marina. Mas o potencial de crescimento da candidata do PSB – a turma do “poderia votar” – é quase o dobro da rival: 40% a 21%. Talvez por isso, Marina aparece numericamente na frente de Dilma nas simulações de segundo turno, mesmo que, tecnicamente, as duas estejam empatadas.
Dilma está convertendo 38% do contingente de eleitores que diz que “poderia votar” nela em intenções de voto no segundo turno contra Marina. A taxa de conversão dos eleitores que dizem que poderiam votar em Marina não é muito maior: 42%. Mas como há mais eleitores que admitem a possibilidade de sufragar a candidata do PSB do que a do PT, Marina acaba convertendo mais eleitores potenciais em votos na simulação de segundo turno.
Mesmo assim, a diferença é pequena e pode mudar rapidamente. Há uma enorme interseção entre o eleitorado potencial de Dilma e o de Marina. Nada menos do que 47% dos eleitores que declaram voto em Dilma no segundo turno admitem que poderiam votar em Marina também. E 24% dos que falam que votarão em Marina no segundo turno admitem que poderiam votar também na petista.
Essa diferença nas proporções é que confere um ligeiro favoritismo à candidata do PSB num eventual segundo turno entre elas. Mas é uma vantagem virtual, que pode desaparecer caso as contradições e fragilidades da candidatura de Marina continuem a ser exploradas pelos adversários. Não seria bom para a candidata do PSB se ela terminasse o segundo turno na descendente e com a rival acelerando. A inércia também existe na opinião pública.
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