A pesquisa Datafolha dos dias 29 e 30 mostra Dilma Rousseff (PT) com 40% contra 25% de Marina Silva (PSB). Aécio Neves (PSDB) está em terceiro lugar, com 20%.
Foi muito bem sucedida a estratégia petista de ataque a Marina. Numa eleição tão cheia de incertezas, ninguém duvida da presença de Dilma Rousseff no segundo turno.
Mas o cenário é mais sofisticado. Dilma e seu marqueteiro, João Santana, transformaram-se nos "senhores do universo" desta eleição, para usar a metáfora de Tom Wolfe no livro "A Fogueira das Vaidades".
A dupla tem o poder de modular o processo de desossar Marina. Pode decidir quem passará ao segundo turno ao apertar um pouco mais o botão ou ao suavizar a "Blitzkrieg". Aécio fica ali embaixo com uma bacia coletando os votos que desabam da prateleira marinista.
Ocorre que parece ter chegado a um limite o benefício direto da estratégia para Dilma. Ela tem hoje os mesmos 40% registrados no último dia 26. Seus comerciais vitriólicos na TV fazem os votos perdidos por Marina deslizarem para Aécio.
Se os "senhores do universo" Dilma e Santana desejarem, podem pisar no acelerador e catapultar Aécio ao segundo turno. A alternativa é reduzir a guerrilha, permitindo que Marina passe à rodada final de votação. A decisão será tomada depois de ponderar a respeito de quem seria o adversário mais fraco contra Dilma numa disputa mano a mano.
A julgar pelo demonstrado até agora pelo Palácio do Planalto, Marina é uma candidata muito mais indesejada do que Aécio. Ela (ainda) incorpora o sentimento de mudança mais do que o tucano.
E assim chegamos à reta final. Dilma e seu marqueteiro comandam a situação a ponto de poderem escolher quem preferem enfrentar. E por que Marina não reage? Essa é uma pergunta que renderá quilômetros de análises depois da eleição, se a pessebista de fato for ejetada da disputa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário