segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Na TV, Aécio lembra que Dilma já o elogiou por gestão em Minas Gerais

• Presidente atribui a crise de água em São Paulo ao "modelo de gestão tucano"

• Elogios. Reprodução do programa de TV de Aécio mostra fala de Dilma de 2009, quando ela era ministra de Lula

- O Globo

BRASÍLIA - Em meio aos ataques das duas candidaturas, que permanecem nas peças de rádio e TV apesar das restrições impostas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à propaganda eleitoral, a campanha do presidenciável Aécio Neves (PSDB) exibiu ontem uma declaração de Dilma Rousseff (PT) elogiando a gestão do tucano à frente do governo de Minas Gerais. A fala é de 2009, quando a presidente ocupava o cargo de ministra da Casa Civil da Presidência da República, no governo Lula. Em entrevista a uma rádio de Minas, Dilma afirmou, na ocasião, que Aécio era um dos melhores governadores do país.

Texto e áudio foram reproduzidos na propaganda de Aécio no rádio e com inserções na TV. Antes da exibição do áudio com a fala da candidata petista, o locutor anuncia: "Preste atenção no que Dilma fala de Aécio". Na sequência, aparece a declaração dela: "O governador Aécio Neves é um dos melhores governadores do país" e informa que a declaração de Dilma foi feita à Rádio Itatiaia, em 17 de abril de 2009. Após a exibição desse trecho da entrevista, volta o locutor do programa tucano: "Aécio é aprovado até pela Dilma".

Ataques aos adversários continuam
Mesmo com as vedações impostas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que a propaganda no horário eleitoral se restrinja à apresentação de propostas, os programas na TV de ontem dos dois candidatos atacaram os adversários. Boa parte do programa do PT que foi ao ar criticou a crise no abastecimento de água que atinge São Paulo, destacando que o problema seria decorrente do "modelo de gestão tucano".

Entre falas de atores, de um narrador e da própria presidente Dilma, o vídeo sustenta o discurso de que o governo federal teria alertado para o problema e tentado ajudar o governo de São Paulo, mas que o tucano teria preferido o lucro de investidores da empresa de abastecimento à realização das obras necessárias. "Quero fazer chegar até você eleitor, mais um exemplo do modelo de gestão tucano, que meu adversário defende (&) Aécio representa bem esse jeitinho tucano de governar", afirma Dilma em um trecho.

O programa petista exibiu um depoimento de Marcelo Freixo, deputado estadual pelo PSOL, no Rio, reeleito com maior votação, com pouco mais de 350 mil votos. Ele declara seu "veto em Aécio" e seu "voto em Dilma". No programa, um dos locutores ressalta que o "jeito tucano de governar" seria "sem transparência, fugindo da realidade e pouco se importando com as pessoas". O ex-presidente Lula voltou a aparecer na TV, comparando os governos do PT com o do PSDB.

Mais cedo, no programa da tarde de Dilma, focado em segurança pública, um ator se refere a taxas de violência em Minas Gerais para dizer que o estado governador por Aécio Neves durante duas gestões teria índices piores que o restante da região Sudeste. "Minas, que Aécio e seu grupo governaram por 12 anos, também vive uma grave crise na segurança", diz o ator.

Parentes de Aécio vão para a TV
No seu programa de tevê, Aécio apresentou os familiares, que gravaram depoimento. Andréa (irmã), Leticia (esposa), Gabriela (filha) e Inês Maria (mãe) apareceram no programa. Aécio anunciou que esta é a última semana antes da votação, dia 26, e enalteceu o papel da família. O senador citou programas que teria desenvolvido durante em seu governo de Minas, como Mães de Minas. O tucano anunciou que, se eleito, trará vinte milhões de adultos para as salas de aula. Esses antigos alunos receberão um salário mínimo de estímulo por mês. Ele chamou a iniciativa de "mutirão escolar".

O candidato tucano fez duras críticas ao governo Dilma. Os locutores atacaram os seguintes pontos: menor crescimento; maiores juros do mundo; maior carga de impostos; maior déficit da história da indústria; apenas 12% das obras do PAC concluídas; o Brasil registrou 181 apagões; a inflação voltou; promoveu a Copa do Mundo mais cara da história.

Nenhum comentário: