• Ex-senadora diz que petista fez "marketing selvagem" e agora adota posições que usou para desqualificar adversários
• As 32 mil assinaturas que faltam para formalizar a Rede devem ser colhidas até março do ano que vem
Márcio Falcão - Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - Depois de se reunir com seu grupo político, a ex-senadora Marina Silva anunciou neste domingo (23) que fará uma "oposição independente" no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff e acusou a petista de esquecer tabus pregados durante a eleição para tentar retomar a credibilidade econômica.
Terceira colocada na corrida presidencial, Marina afirmou que a Rede, partido que tentará formalizar até março de 2015, quer ter autonomia para assumir posições contrárias naquilo que considerar ruim para o país, e favoráveis para o que for bom.
A ideia, segundo ela, é tentar marcar uma diferença em relação à oposição tradicional, principalmente após ter declarado apoio ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) no segundo turno das eleições.
A ex-senadora disse que Dilma praticou "marketing selvagem" na campanha e agora tem adotado posições que usou para desqualificar adversários diante do confronto com os riscos econômicos para o Brasil.
"Temos uma série de ações que foram tomadas logo em seguida [da eleição] que era um tabu, que não podia mencionar, como, por exemplo, a questão dos preços administrados. E tudo isso foi esquecido, a diferença entre a realidade e o mundo colorido que foi apregoado pelo marketing selvagem", afirmou.
A ex-senadora foi cautelosa ao comentar os ministeriáveis que devem ser anunciados nesta semana por Dilma.
Tachada pela presidente de "candidata dos banqueiros" na campanha, Marina não quis comentar o convite feito ao diretor-presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, para assumir o Ministério da Fazenda --ele recusou.
A ex-senadora também mediu palavras sobre a aguardada confirmação de Joaquim Levy, também do alto escalão do Bradesco, no cargo.
Marina disse que só vai se manifestar depois que os nomes forem oficializados, mas fez questão de ressaltar que Levy foi "responsável pelo superávit fiscal" de 4,5% do PIB quando estava na Secretaria do Tesouro Nacional, no governo Lula, índice rechaçado por Dilma na campanha.
Rede
Ficou acertado que o grupo de Marina terá que recolher até março as 32 mil assinaturas que faltam para formalizar o pedido de criação do partido. Até lá, integrantes da Rede filiados ao PSB devem manter-se na sigla.
"Nós fomos lá abrigados e pretendemos manter essa posição", disse o porta-voz da Rede, Walter Feldman. "Pretendemos ter uma linha de proximidade com o PSB."
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