• Costa, Youssef e diretores da Engevix já são réus em processo; STF nega habeas corpus para lobista e dez executivos
Cleide Carvalho / Renato Onofre – O Globo
CURITIBA e BRASÍLIA- A Justiça Federal aceitou ontem a denúncia e transformou em réus nove acusados de envolvimento no escândalo de corrupção na Petrobras. Passaram a réus no processo três executivos da construtora Engevix — Gerson de Mello Almada, vice-presidente, e os diretores Carlos Eduardo Strauch Albero e Newton Prado Júnior —, o exdiretor da Engevix Luiz Roberto Pereira, além do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, do doleiro Alberto Youssef e de três pessoas do núcleo de Youssef no esquema: Waldomiro de Oliveira, Carlos Alberto Pereira da Costa e Enivaldo Quadrado.
Todos são acusados pelo MP por 33 atos de corrupção e 31 de lavagem de dinheiro em obras da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais.
Em Brasília, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou ontem habeas corpus para dez executivos de empreiteiras acusados de participar do escândalo. Também permanecerá atrás das grades o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, operador do esquema para o PMDB.
A decisão de Zavascki mantém presos José Aldemário Pinheiro Filho, presidente da OAS; José Ricardo Nogueira Breghirolli, funcionário da OAS; Agenor Franklin Magalhães Medeiros, diretor-presidente da Área Internacional da OAS; Mateus Coutinho de Sá Oliveira, funcionário da OAS; Dalton dos Santos Avancini, presidente da Camargo Corrêa; Eduardo Hermelino Leite, vice-presidente da Camargo Corrêa; João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa; Erton Medeiros Fonseca, diretor da Galvão Engenharia; Ricardo Ribeiro Pessoa, presidente da UTC Engenharia; e Gerson de Mello Almada, vicepresidente da Engevix.
Em seu despacho, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, manteve a prisão de Gerson Almada, que cumpre prisão preventiva na carceragem da PF em Curitiba e já teve R$ 22,615 milhões bloqueados. Moro disse que a prisão cautelar do executivo é necessária para "prevenir a continuidade do ciclo delituoso" e alerta não só ao executivo, mas também à empresa, das consequências da prática de crimes relacionados a negócios com a administração pública.
"Não fosse a ação rigorosa, mas necessária da Justiça, é provável que a corrupção e lavagem estivessem perdurando até o presente", diz o juiz, em seu despacho.
O esquema de corrupção que será julgado na ação aberta ontem por Moro teria desviado R$ 158,9 milhões em obras na estatal. Desses, R$ 52,9 milhões só de investimentos ligados a Diretoria de Abastecimento, comandada por Costa. Segundo a denúncia, Almada ainda teria emitido documentos falsos para justificar o pagamento de R$ 13,4 milhões a empresas de fechadas comandadas pelo doleiro Youssef.
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