sábado, 6 de dezembro de 2014

Líder tucano diz que ministros querem ‘cacifar’ vaga no STF, ao defenderem campanha petista

• Cardozo e Adams afirmaram que contas da presidente não receberam dinheiro de corrupção

Júnia Gama, Evandro Éboli – O Globo

BRASÍLIA - As declarações dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams, em defesa das contas das campanhas do PT foram criticadas pelo líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA). Para o tucano, Cardozo e Adams confundiram um o Estado com o partido, o interesse público do privado e partidário para conquistarem uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

Doações PT
"Os ministros, talvez pela ansiedade de se cacifarem para a vaga que está aberta no Supremo Tribunal Federal, queiram mostrar serviço e misturem as atribuições de Estado ao papel partidário. É até compreensível que ambos estejam também preocupados com a situação da presidente Dilma, que pode, lá na frente, enfrentar situações mais difíceis ainda, mas não está entre suas atribuições serem advogados do PT. Isso é inadmissível", afirmou Imbassahy em nota.

As afirmações dos ministros foram feitos depois dos depoimentos do executivo da Toyo Setal, Augusto Ribeiro de Mendonça Neto, de que de que dinheiro desviado de obras da Petrobras para pagamento de propina foram repassados para o PT na forma de doações de campanha entre 2008 e 2011.

Na última quinta-feira, Cardozo, defendeu a lisura da campanha da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2010 e 2014. Segundo ele, as campanhas não receberam recursos ilícitos como insinuaram líderes de oposição, entre eles o senador Aécio Neves (PSDB):

— Não há nenhum indicativo que a campanha de 2010 e 2014 tenha recebido recursos em situação indevida – disse o ministro

No mesmo dia, Adams, garantiu estar confiante de que a campanha petista foi cuidadosa para evitar o recebimento de dinheiro de corrupção. Segundo o ministro a campanha petista contou com uma equipe jurídica que trabalhava justamente para evitar a ocorrência de ilegalidades:

— Tem que terminar a investigação, ver exatamente o que aconteceu, ver se há responsabilidade, se há dolo, inclusive. Mas em princípio eu tenho confiança de que o trabalho de campanha foi o mais cuidadoso, mais atento possível às questões legais. Tinha uma equipe de campanha jurídica que procurava analisar tudo isso e evitar qualquer tipo de situação e eu acho que não vai haver qualquer problema na apuração disso aí.

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