sábado, 6 de dezembro de 2014

Cardozo reage às críticas do PSDB e diz que oposição quer politizar as investigações

• Líder tucano afirmou que ministro está em campanha por uma vaga no STF

Júnia Gama, Evandro Éboli – O Globo

BRASÍLIA - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que a oposição tenta politizar as declarações que deu negando que a campanha da presidente Dilma Rousseff tenha recebido doação para sua campanha de recursos da corrupção. Foi uma resposta de Cardozo às acusações do líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), que nesta sexta, disse que Cardozo agiu como advogado do PT, confundiu as atribuições do Estado com o papel partidários e que está em campanha para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

— Estão deturpando os fatos (a oposição). E isso é um desserviço a democracia. É engraçado. No caso do cartel do metrô de São Paulo (no qual o PSDB está envolvido) eu disse que não iria prejulgar. E disse, em depoimento na Câmara, que tenho alguns nomes de parlamentares da oposição ali citados em alto apreço. Não deve ser igual? Posso falar da oposição, mas não posso falar do partido ao qual pertenço?! O importante é a imparcialidade dos fatos - disse o ministro José Eduardo Cardozo na tarde desta sexta-feira, num evento com secretários de segurança do país na sede da Polícia Rodoviária Federal.

— Tentam politizar o que falei. O que falei, e repito, não cabe a mim defender partido a,b ou c. Cabe garantir a investigação, seja no caso da Petrobras ou no cartel do metrô de São Paulo...Não se pode fazer especulações politicas com investigações. Isso atrapalha, desinforma a opinião e serve ao revanchismo, que perdeu espaço na democracia brasileira. Cabe a mim defender a democracia, a verdade dos fatos — Cardozo.

Na última quinta-feira, Cardozo defendeu a lisura da campanha da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2010 e 2014. Segundo ele, as campanhas não receberam recursos ilícitos como insinuaram líderes de oposição:

— Não há nenhum indicativo que a campanha de 2010 e 2014 tenha recebido recursos em situação indevida – disse o ministro, na qunta-feira.

Nesta sexta, o ministro comentou também as afirmações do juiz Sérgio Moro de que há indícios de que o esquema de corrupção vai muito além da Petrobras.

— O governo tem uma postura muito clara de que todo e qualquer indício de irregularidade tem que ser investigado. Não importa se na Petrobras ou se em outras empresas. Qualquer magistrado que tiver ciência dessas irregularidades deve tomar as providências legais e o governo agirá com muito rigor, com seus órgãos de controle, e garantindo à Polícia Federal a autonomia plena para que possa investigar - disse o ministro.

No evento, o ministro falou sobre a ação conjunta que está ocorrendo nesta sexta-feira, e se encerra à meia-noite, e que envolve vinte mil homens de várias forças, federais e estaduais, como Polícia Federal, as polícias militares e civil. O ministro afirmou que esta é a primeira operação conjunta de combate ao crime organizado envolvendo governo federal e todos os 27 estados do país.

— Tenho absoluta convicção que a segurança pública começa a fazer história no país — disse Cardozo.

A operação, batizada de Brasil Integrado, atua na apreensão de drogas, de armas, de veículos roubados, de dinheiro, de contrabando de eletroeletrônicos, agrotóxicos e cigarro, entre outras ações. Na próxima segunda-feira será anunciado o balanço completo com o resultado final da operação em todo o Brasil.

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