• Para oposição, agora já se pode falar em impeachment
• Denúncia de uso de verba de propina em campanha é a mais grave, diz Aécio
- O Globo
BRASÍLIA - Até ontem cautelosos em relação a um pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), e líderes de seu partido passaram a considerar essa possibilidade ontem depois das revelações do executivo da Toyo Setal. Os tucanos e os líderes do DEM dizem que as novas denúncias comprovam declarações de Aécio ao jornalista Roberto D"Ávila de que ele perdeu a eleição para uma organização criminosa.
- Estou estarrecido. Se isso for verdadeiro, temos um governo ilegítimo no Brasil. Pela primeira vez, estamos assistindo a um dos dirigentes de empresas envolvidas nessa organização criminosa que tomou conta da Petrobras dizendo que fez depósitos para o PT em contas no exterior e doações oficiais para a campanha de 2010. Essa é a denúncia mais grave que surgiu até aqui - disse Aécio.
O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), disse que as novas revelações fragilizam muito a presidente Dilma:
- O impeachment depende de duas condições. A primeira é a jurídica, que exige provas absolutamente incontestes. A segunda condição é política, que se traduz no esvaziamento provocado pela crise, o colapso político. Essas duas condições ainda não se verificaram, mas podem vir a se verificar.
Em discurso, o líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), disse que as revelações do executivo convalidam depoimento do doleiro Alberto Youssef de que em março foi procurado por emissário do PT para discutir como repatriar R$ 20 milhões para serem usados na campanha presidencial de 2014.
- A coincidência dessa cifra reforça que o dinheiro seria usado na campanha de Dilma este ano. Isso atinge frontalmente a legitimidade da ocupante do Planalto, que pode ter usado recursos do petrolão para se eleger em 2010. Se houve uso do petrolão em 2010, e o esquema continuou operando até agora, é necessário apurar se a fonte não irrigou também a campanha de 2014. Temos uma presidente sob suspeita - disse Imbassahy.
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