• "A pior coisa é dizerem que é seu filho, sem ser", afirma líder da sigla
• É ele. Kassab aponta o dedo para seu antecessor nas Cidades, Gilberto Occhi
Júnia Gama - Globo
BRASÍLIA - Poucos dias após a posse de Cid Gomes como ministro da Educação, o PROS, partido do ex-governador do Ceará, divulgou nota dizendo que essa foi uma escolha pessoal da presidente Dilma Rousseff, sem participação da sigla. O líder do PROS na Câmara, Givaldo Carimbão (AL), deixou claro que o cearense não representa o partido na Esplanada dos Ministérios.
- A pior coisa do mundo é aparecer um menino e dizerem que é seu filho, sem ser. O objetivo da nota foi mostrar que não temos nada a ver com essa indicação, como o próprio Cid já vinha dizendo. Se quiser dar algo, que dê por inteiro. Mas nem a presidente nem o Cid conversaram com a gente nem um milímetro sobre isso - disse Carimbão ao GLOBO.
Carimbão afirmou que o partido não condiciona seu apoio à obtenção de espaço no governo. Frisou, porém, que seria "hipócrita" se dissesse que o PROS não gostaria de ocupar cargos. O texto, assinado pelo presidente do partido, Eurípedes Junior, e por Carimbão, elogia a nomeação de Cid, mas diz que a sigla não está representada no governo. A nota é intitulada: "Cid Gomes é escolha pessoal de Dilma como ministro da Educação".
"Para o PROS, a escolha pessoal da presidente é motivo de orgulho e demonstra a qualidade do quadro de filiados que possuímos", diz trecho do texto, que frustra em parte a expectativa no Palácio do Planalto de ter, com as indicações para o ministério, um bloco de apoio no Congresso capaz de minimizar o peso do PMDB.
Ao GLOBO, Cid reafirmou que não pretende deixar o PROS. Ele negou que a nota tenha causado mal-estar com o partido. Para o ministro, o partido apenas reafirmou algo que ele mesmo já vinha dizendo em entrevistas: sua escolha não seria fruto de um acerto partidário com o PROS, mas de uma opção direta da presidente . Em diversas ocasiões, Cid lembrou que o PROS tem apenas 11 deputados na Câmara.
- Eles podem ter as demandas deles junto ao governo, e quem fala sobre as demandas do PROS é o presidente do partido, não eu. Entendi que eles ficaram orgulhosos, mas registraram que minha indicação não foi partidária, como eu já tinha dito antes - afirmou o ministro, que receberá hoje Eurípedes e Carimbão.
Ontem, outro aliado de Dilma, o novo ministro das Cidades, Gilberto Kassab, desconversou sobre sua atuação para recriar o PL (Partido Liberal), como forma de ajudar Dilma a ter uma base aliada mais forte no Congresso, e não tão dependente do PMDB.
- Eu não articulo nada, hoje sou ministro das Cidades, essa é a minha responsabilidade. O PSD está no seu governo, estamos para ajudá-la e vamos governar juntos sob o seu comando - disse Kassab, que recebeu o cargo de seu antecessor, Gilberto Occhi.
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