• Enquanto PPS entra com ação na Comissão de Ética da Presidência, PSDB e DEM miram em Cardozo no Congresso
Daiene Cardoso - O Estado de S. Paulo
Brasília - A oposição à presidente Dilma Rousseff aproveitou a polêmica envolvendo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e advogados de acusados na Operação Lava Jato para abrir uma nova frente contra o governo no Congresso.
Os parlamentares pediram nesta quarta-feira, 18, investigação da Comissão de Ética da Presidência da República e querem convocar o ministro no Senado e na CPI da Petrobrás a ser instalada na Câmara.
O PPS protocolou a representação na Comissão de Ética pedindo investigação do encontro de Cardozo com o advogado da UTC Engenharia, Sérgio Renault, e com o advogado e ex-deputado do PT Sigmaringa Seixas.
O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), disse que as reuniões não seguiram os “preceitos éticos” da administração pública. “A violação é clara, já que não houve pedido formal de reunião com a identificação do requerente e o assunto que seria tratado pelo mesmo”, afirmou. As audiências sempre devem ter caráter oficial, ainda que sejam realizadas fora do local de trabalho, e o agente público deverá estar acompanhado de, pelo menos, outro servidor público.” A Comissão de Ética se reunirá no dia 25.
Plenário. No Senado, o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), disse que pedirá a convocação de Cardozo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e vai sugerir o mesmo na CPI da Petrobrás. “Esse episódio precisa de esclarecimentos no Congresso”, concordou o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).
Coube à senadora e ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR) defender Cardozo. A petista disse que um ministro tem obrigação de receber qualquer pessoa, sob pena de cometer crime de prevaricação, e que, no caso dos defensores da Odebrecht, Cardozo recebera reclamações sobre supostas irregularidades na operação.
Gleisi tentou justificar por que o encontro com advogados da Odebrecht não foi divulgado.
“Obviamente, se o principal corre em segredo, qualquer situação sobre esse processo também não se pode fazer pública. Portanto, está correto também o ministro.”
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