Débora Diniz – O Globo
A ocupação da Ponte Rio-Niterói surpreendeu até a direção do Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Montagem (Sintramon), que representa os operários do Comperj. A ideia inicial era que os ônibus com manifestantes fossem direto para a sede da Petrobras, no Centro. Mas o comboio, segundo a entidade, teria sido interceptado por carros com representantes de uma corrente minoritária do Sindicato dos Petroleiros, ligados a partidos políticos, que teriam exortado os trabalhadores a descerem.
- Fizemos uma assembleia e decidimos seguir até a Petrobras para uma manifestação pacífica. No meio do trajeto, houve toda essa confusão - disse Marcos Hartung, vice-presidente do Sintramon, que acusou integrantes do PSTU de liderarem o bloqueio.
A manifestação tinha o objetivo de pressionar a Petrobras a quitar débitos trabalhistas dos cerca de três mil empregados e demitidos da Alumini Engenharia, uma das prestadoras de serviço no Comperj. Os 469 desligados em novembro ainda não receberam parte da rescisão. Já cerca de 2,5 mil funcionários não receberam todo o 13º e os salários de dezembro e janeiro.
A pedido do Ministério Público do Trabalho, a Justiça condenou a Alumini e a Petrobras a pagarem a dívida. Em nota, a Alumini voltou a responsabilizar a Petrobras. O atraso no pagamento teria sido provocado pelo bloqueio judicial das contas da empresa, que alega ter R$ 1,2 bilhão em aditivos a receber da estatal. A empreiteira diz que foi surpreendida pelo rompimento unilateral do contrato pela Petrobras um dia antes da celebração do acordo com o MPT.
Procurada pelo GLOBO, a Petrobras não retornou o contato. O Sindipetro e o PSTU não foram localizados para falar sobre o caso.
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