• Governo monitora convocações para novas manifestações
Luiza Damé e Simone Iglesias – O Globo
BRASÍLIA - As manifestações programadas para hoje, pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), e para domingo, contrárias ao governo, não estão causando grandes preocupações no Palácio do Planalto, como ocorreu em março. Ainda assim, as redes sociais estão sendo monitoradas.
Quanto às manifestações de hoje, o governo não se envolverá, mesmo com o chamamento feito pelo PT e pelo ex-presidente Lula. Com base no acompanhamento dos debates na internet, a avaliação de auxiliares de Dilma Rousseff é que os protestos de domingo, organizados por setores contra o governo e que defendem o "Fora, Dilma", serão menores do que os de 15 de março, que reuniu 2 milhões de pessoas em todo o país, segundo estimativas oficiais.
Pela análise do Planalto, o calor das discussões diminuiu nas redes sociais e, sem que haja um fato novo motivando a indignação popular, não há como se sustentarem todos os meses manifestações com milhares de pessoas. Segundo um ministro, a avaliação é que "o pior, por ora, passou".
Além disso, dizem auxiliares da presidente, não houve, nos últimos dias de março, situações que complicassem ainda mais a vida de Dilma e do governo, como a divulgação dos nomes dos políticos envolvidos na Operação Lava-Jato, que ocorreu na noite de sexta-feira, antevéspera do protesto de 15 de março.
Desde as manifestações, a presidente tem saído mais do Planalto e viajado aos estados para entregar obras do governo federal, especialmente unidades do Minha Casa Minha Vida. Em vez de pronunciamentos, nos quais diz o que quer, Dilma tem dado mais entrevistas.
Segundo um auxiliar, entrevistas "humanizam" a figura dura da presidente. Nesse meio tempo, o governo enviou ao Congresso um pacote de medidas para combater a corrupção. Apesar de grande parte delas não ser novidade ou terem aplicação imediata, garantiram, na avaliação do Planalto, uma sensação de que algo está sendo feito.
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