• Pauta de protesto inclui tema a favor (defesa da Petrobras) e contra o governo Dilma (crítica ao ajuste fiscal)
Germano Oliveira – O Globo
SÃO PAULO - Militantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da União Nacional dos Estadual dos Estudantes (UNE), entre outras entidades da sociedade civil, irão hoje às ruas em dezenas de capitais, incluindo São Paulo e Brasília, para protestar contra o Projeto de Lei 4330 (que libera a terceirização para todas as atividades das empresas), o ajuste fiscal do governo, a corrupção e em defesa da Petrobras.
Os atos não estão previstos para serem contra ou a favor do governo e, por isso, estão dividindo o PT. O partido concorda parcialmente com as manifestações: apoia o protesto contra a terceirização, mas não concorda com as críticas ao ajuste fiscal.
Por essa razão, o PT não deverá desfraldar suas bandeiras nos atos de hoje, apesar do ex-presidente Lula ter dito recentemente que o partido errou ao não apoiar os movimentos sociais que foram às ruas em 13 de março.
A maior manifestação de hoje deve acontecer em São Paulo, a partir de 9h. A CUT, que organiza o evento, espera a presença de pelo menos 10 mil pessoas, que caminharão até a Praça da República, onde realizarão manifestação pública às 13h. Integrantes de 22 movimentos sociais devem participar do protesto.
Em Brasília, os trabalhadores deverão ocupar o Congresso Nacional a partir de 14h, para tentar impedir a aprovação do PL 4330 e protestar contra a corrupção, que está na pauta de votação. Haverá atos também em Maceió, Manaus, Salvador, Belo Horizonte, Belém, João Pessoa, Curitiba, Recife, Florianópolis e Aracaju.
- Nosso ato não é de apoio ao governo. Pelo contrário. Será em defesa da democracia, defesa da Petrobras, contra a corrupção, garantia dos direitos trabalhistas, ameaçados pelo ajuste fiscal, e contra a votação do PL 4330. O ajuste fiscal que queremos é o que passa pela taxação das grandes fortunas e heranças, que combate à corrupção e evite a sonegação fiscal - disse Adi dos Santos Silva, presidente da CUT de São Paulo, um dos organizadores.
Silva não concorda com o ajuste fiscal que o governo tenta implantar, "sem consultar a classe trabalhadora".
- Só aceitaremos medidas que forem negociadas com os trabalhadores. Até agora, o que o governo tem feito é apresentar medidas de forma unilateral, sem discutir com as centrais sindicais - disse.
O vice-presidente nacional do PT, Alberto Cantalice, disse que o PT apoiará os atos de hoje contra a aprovação do projeto de lei que prevê a terceirização, mas não pode apoiar as críticas do movimento social ao ajuste fiscal.
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