“Talvez houvesse sido certo dizer que, para nós, a crise foi uma “marolinha”. Mas não. O governo interpretou o que era política de conjuntura como um sinal para fazer marcha à ré. Paulatinamente fomos voltando à expansão sem freios do setor estatal, ao descaso com as contas públicas, aos projetos megalômanos que já haviam caracterizado e inviabilizado o êxito de alguns governos do passado. Isso, sem me referir a práticas que a melhor eufemismo são ditas no Brasil como “não republicanas”, sobre as quais, no exterior, prefiro calar. O castelo de cartas desfez-se ao sopro da realidade.”
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Fernando Henrique Cardoso, sociólogo e ex-presidente da República, ao recebeu o título de Pessoa do Ano, em Nova York, O Globo, 13 de maio de 2015
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