• Deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) se opõe ao sistema distritão para escolha de deputados, defendido pelo seu partido
Daniel Carvalho - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - Relator da proposta de emenda constitucional que trata da reforma eleitoral, o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI) pretende votar contra seu próprio parecer e, consequentemente, contra a orientação de seu partido. Ele se opõe ao chamado distritão, mas disse ter incluído o sistema eleitoral que acaba com as votações proporcionais por ter sido esta a escolha da maioria dos integrantes da comissão especial que discute o tema. A votação no colegiado deve acontecer amanhã, e o plenário da Câmara deve votar no próximo dia 26.
Questionado se votaria contra seu relatório, Castro respondeu: "Com toda certeza. Fui derrotado. Minhas ideias não prosperaram. Este foi o relatório possível", afirmou. "Vou votar para que (o distritão) não passe."
Pelo sistema defendido pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) e pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), as vagas do Legislativo deixariam de ser distribuídas de acordo com a votação dos partidos ou coligações. Seriam eleitos os candidatos mais votados em cada Estado.
Para Castro, esse sistema potencializa problemas já existentes. "Você vai precisar de mais votos e, consequentemente, de mais dinheiro. A influência do poder econômico será mais efetiva", afirmou o relator. Para ele, o modelo também aumenta a personalização das campanhas. "Vamos ter 513 entes autônomos na Câmara."
Defensor do voto distrital misto - em que há votos proporcionais e majoritários-, Castro foi pressionado pelos caciques do PMDB, partido que chegou a cogitar fechar questão em relação ao assunto. Em pesquisa telefônica feita pelo relator, 18 integrantes do colegiado são favoráveis ao distritão, 14 são a favor do distrital misto e dois se abstiveram.
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