quarta-feira, 13 de maio de 2015

Gilmar pede 'providências' a PGR, Receita e Coaf sobre contas da reeleição da presidente

• Ministro aponta possíveis irregularidades na contratação da VTPB Serviços Gráficos

- O Globo

BRASÍLIA - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou ofício à Procuradoria Geral da República, à Procuradoria Geral Eleitoral, à Receita Federal e ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para que tomem "as providências pertinentes" sobre possíveis irregularidades nos gastos da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, em 2014. Estão sob suspeita os gastos com a empresa VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda. Gilmar Mendes é o relator das contas da campanha de Dilma.

"Tendo em vista a revelação pela imprensa de fatos a indicar possíveis irregularidades referentes à empresa VTPB Serviços Gráficos e Mídia Exterior Ltda (...) relacionada entre os gastos declarados na prestação de contas da candidata eleita à Presidência da República no pleito de 2014 e respectivo partido e comitê financeiro (...), encaminho à Vossa Excelência tabela com as referidas despesas, para as providências pertinentes", diz trecho do ofício, datado de 7 de maio.

Imóvel sem movimentação
A VTPB Gráficos recebeu R$ 27,9 milhões no ano passado, a maior parte paga pela campanha de Dilma (R$ 22,9 milhões). O restante do valor foi oriundo da campanha do deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), R$ 2 milhões; do governador da Bahia, Rui Costa (PT), R$ 1,5 milhão; do candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB-MG), R$ 577 mil; e do senador José Serra (PSDB-SP), R$ 521 mil. Outros nove candidatos pagaram valores entre R$ 800 e R$ 90 mil. Isso torna a VTPB uma das principais fornecedoras de santinhos para campanhas eleitorais de 2014.

Mesmo assim, a empresa não tinha estrutura para imprimir o material contratado e era paga para intermediar a prestação de serviços. Desde o início do ano passado, ela está registrada em uma sala de 30 metros quadrados, alugada por R$ 600, num bairro da Zona Norte de São Paulo. No entanto, segundo o próprio locatário do imóvel e vizinhos, não há movimentação no endereço.

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