Marina Dias – Folha de S. Paulo
• Na metade do discurso, presidente viu público minguar; nem mesmo Lula empolgou
SALVADOR - Quando a presidente Dilma Rousseff foi anunciada para discursar em Salvador já eram quase 23 horas de quinta-feira (11).
No fundo do auditório do hotel que abrigou o 5º Congresso Nacional do PT, dezenas de jovens conversavam em várias rodinhas, quase todos de costas para o palco. Falavam alto, riam, tiravam selfies e bebiam cerveja.
A falta de atenção não é comum em reuniões do PT. Os dirigentes do partido em geral escutam compenetrados os discursos do comando do partido e da presidente. Mas desta vez não foi assim.
Por 50 minutos, Dilma tentou explicar o ajuste fiscal de seu governo, criticado por muitos setores do PT.
Porém, mesmo com a presidente a poucos metros, um grupo preferiu ouvir a fala esparramado no chão, vendo Dilma pelo telão instalado ao fundo. Um deles, deitado no chão de carpete, dormia com a boca aberta e a cabeça apoiada em uma mochila.
Do meio para o fim de sua fala, a presidente presenciou a debandada de militantes e dirigentes, que saíam às filas do auditório ou dedicavam-se a outras atividades ali mesmo.
A desatenção dos petistas não poderia ser atribuída apenas ao estilo mais arrastado de discurso, comum a Dilma. A dispersão era notória também momentos antes, nas falas do presidente nacional do PT, Rui Falcão, e até do ex-presidente Lula --que leu seu discurso, algo inusual.
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