• Acossada por denúncias, legenda perde força eleitoral em 2014 e corre risco na disputa municipal de 2016
Fábio Vasconcellos – O Globo
A força eleitoral mais visível de um partido é a conquista ou a manutenção do poder político. Ela, contudo, é apenas consequência de um longo processo de convencimento sobre as perspectivas que os integrantes de uma legenda oferecem ao eleitorado. Num ambiente de multipartidarismo e baixa identificação partidária no Brasil, o Partido dos Trabalhadores (PT) conseguiu um feito.
Com militância ativa, o PT mobilizou o sonho de milhares de eleitores desde os anos 80. A curva foi ascendente até culminar com a chegada à Presidência, em 2002. Nesses 35 anos de fundação, o PT diversificou o seu eleitorado, atingindo elevados percentuais em quase todos os estados. Mas, acossado por dois grandes escândalos e com claros sinais de fadiga após 14 anos à frente da Presidência, o partido tem pelo caminho o desafio de sobreviver aos próprios erros. O primeiro grande teste acontece em 2016, com a eleição municipal.
Qual o futuro do PT? A convite do GLOBO, três cientistas políticos analisaram o quadro. Para compor a reportagem, o Núcleo de Dados do GLOBO organizou as proporções de votos do PT desde a sua fundação.
É possível medir a força eleitoral de um partido de diversas formas. No caso, a distribuição da votação para deputados federais eleitos e não eleitos é um desses indicadores. Por envolver centenas de candidatos, o indicador ajuda a observar o quanto eles têm conseguido convencer eleitores pelo país.
Pelos dados, a maior expressão eleitoral do PT ocorreu na primeira eleição de Lula (17%), bem superior aos seus adversários. Em 2006, essa força declinou (14%), mas voltou a crescer em 2010 (16%). No ano passado, porém, o PT apresentou o seu pior desempenho desde 2002 (12,8%)
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