• Reunião no Palácio Guanabara tem como meta ampliar apoio do partido a Dilma
Cássio Bruno, Gustavo Schmitt e Juliana Castro - O Globo
O governador Luiz Fernando Pezão ( PMDB) se reúne hoje com outros governadores do partido, no Rio, para angariar apoio à presidente Dilma Rousseff ( PT) e traçar estratégias de socorro aos estados mais castigados pela crise econômica. Até ontem, apenas dois dos seis convidados para o encontro no Palácio Guanabara confirmaram presença — Paulo Hartung ( Espírito Santo) e Confúcio Moura ( Rondônia).
O objetivo de Pezão é “trabalhar pela governabilidade de Dilma”. Para ele, a instabilidade política no Congresso e a discussão sobre os pedidos de impeachment da presidente têm prejudicado a economia brasileira.
— Nós, governadores, não podemos ficar só cuidando das folhas de pagamento. Vamos discutir uma saída para a crise e ver o que podemos fazer em nome do PMDB pra beneficiar o Brasil neste momento — disse Pezão.
Porém, há, nos bastidores, governadores da base aliada que resistem em fazer qualquer movimento de apoio a Dilma. Eles dizem que, agora, mais importante do que aprovar a política econômica do Planalto é apresentar propostas alternativas para a superação da crise.
— Isso ( manifestar apoio a Dilma) não une. Isso desune — disse um governador do PMDB ao GLOBO. — O foco tem que ser como a gente faz para o país continuar sem afundar.
Ao organizar o encontro, Pezão, um dos principais aliados de Dilma no partido, toma distância do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha ( PMDB- RJ), que vem criando obstáculos para o governo em votações no Congresso.
Os governadores José Ivo Sartori ( Rio Grande do Sul) e Renan Filho ( Alagoas) alegaram outros compromissos e não participarão da reunião. Jackson Barreto ( Sergipe) está licenciado do cargo porque passou por uma cirurgia. Marcelo Miranda ( Tocantins) não foi localizado pelo GLOBO.
De olho em parcelamento
Ao mesmo tempo em que tenta enquadrar os colegas do PMDB, Pezão corre para tirar a corda do pescoço. O governo do Rio, que começou o ano com o maior déficit do país ( aproximadamente R$ 13,5 bilhões), ainda precisa cobrir um rombo de R$ 3 bilhões em suas contas até dezembro.
— Pezão trabalha para aumentar o parcelamento dessa dívida — diz um aliado de Pezão no PMDB fluminense.
Segundo Paulo Hartung, é necessária uma pauta para diminuir o impacto da crise:
— Precisamos, de uma maneira suprapartidária, construir pontos de convergência para seguirmos um caminho.
Pezão também quer discutir novos modelos para o financiamento da saúde. Ele chegou a defender a recriação da CPMF, desde que fosse compartilhada com estados e municípios.
Outro tema do encontro de hoje será a proposta do Senado que trata de ativos da dívida pública dos estados. A ideia do governo do Rio é conseguir a aprovação de um projeto de resolução no qual a cessão de créditos da dívida ativa dos estados a bancos não seja considerada uma operação de crédito.
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