Por Robson Sales – Valor Ecoômico
RIO - A produção industrial caiu 1,5% em julho, na comparação com o mês anterior, na série com ajustes sazonais. Foi o segundo resultado negativo consecutivo e a maior queda desde dezembro de 2014, apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O dado ficou bem abaixo da queda média de 0,2% prevista por 20 analistas consultados pelo Valor Data. Também foi pior que a estimativa mais pessimista, de recuo de 0,6% no período.
Na comparação com julho de 2014, a produção industrial brasileira diminuiu 8,9%, o pior resultado desde 2009, quando recuou 10%.
O IBGE informou ainda que, em junho, a produção caiu 0,9% em relação ao mês antecedente, e não 0,3% como o informado inicialmente.
"A redução de 1,5% da atividade industrial na passagem de junho para julho teve predomínio de resultados negativos, alcançando três das quatro grandes categorias econômicas e 14 dos 24 ramos pesquisados", destacou o organismo em nota.
No confronto mensal, a produção de bens de capital cedeu 1,9%, a de bens intermediários declinou 2,1% e a de bens de consumo semi e não duráveis encolheu 3,4%. A produção de bens de consumo duráveis, contudo, teve expansão, de 9,6%.
Entre os setores, apontou o IBGE, a principal influência negativa foi registrada por produtos alimentícios, que declinaram 6,2%, eliminando a expansão de 4,3% observada no mês antecendente. Também chamaram a atenção as quedas nos segmentos de bebidas (-6,2%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,7%) e nas indústrias extrativas (-1,5%).
"Na comparação com julho de 2014, o setor industrial mostrou queda de 8,9% em julho de 2015, com perfil disseminado de resultados negativos, alcançando as quatro grandes categorias econômicas, 23 dos 26 ramos, 72 dos 79 grupos e 69,9% dos 805 produtos pesquisados. Entre as atividades, a de veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 19,1%, e a de produtos alimentícios (-7,2%) exerceram as maiores influências negativas na formação da média da indústria", ressaltou o instituto.
Mantendo o confronto com o sétimo mês do ano passado, a produção de bens de capital teve baixa de 27,8%, a de bens intermediários decresceu 5,6%, ao passo que a produção de bens de consumo duráveis caiu 13,7% e a de bens de consumo semi e não duráveis diminuiu 9,2%.
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