• Mundo terá 2,3 milhões mais desocupados, dos quais 700 mil no Brasil
- O Globo
Novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgado ontem, estima que o mundo terá mais 2,3 milhões de desempregados este ano. Desse total, 700 mil virão do Brasil, o que representa 30% do avanço. Pela projeção da OIT, o número total de desempregados no mundo vai ultrapassar 200 milhões pela primeira vez em 2017, acima do número do ano passado e da projeção de 199,4 milhões para 2016.
“O número de desempregados em nível mundial aumentará em 2,3 milhões em 2016, e, em 2017, em 1,1 milhão. A maior parte desse crescimento acontecerá nas economias emergentes e os principais afetados serão Brasil e China (mais 800 mil), afirma a entidade.
O relatório mostra que, na América Latina e no Caribe, o aumento dos desocupados no Brasil vai representar 63% do total do continente, que vai ter mais 1,1 milhão de trabalhadores sem emprego.
“A significativa desaceleração das economias emergentes, aliada a um declínio acentuado nos preços das commodities, está tendo um efeito dramático sobre o mundo do trabalho”, afirmou o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, em comunicado.
Desemprego sobe para 7,7%
Pelas previsões da OIT, a taxa de desemprego no Brasil subirá de 7,2% em 2015 para 7,7% em 2016, no maior salto entre as 20 grandes economias do mundo.
A recessão acima de 3% no Brasil é citada no relatório para explicar a situação mais frágil das economias emergentes.
“O ambiente econômico instável, associado a fluxos de capital voláteis, a mercados financeiros ainda disfuncionais e à escassez de demanda global, continua a afetar as empresas e a desencorajar o investimento e a criação de empregos”, explica Raymond Torres, diretor do Departamento de Pesquisa da OIT, no comunicado.
O relatório também chama a atenção para a qualidade dos postos de trabalho, que vem caindo no mundo. O emprego vulnerável, sem proteção social, ainda responde por 46% do total de empregos globais, afetando 1,5 bilhão de pessoas.
“Uma resposta urgente e determinada à altura do desafio mundial de empregos é fundamental para a implementação bem-sucedida da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável 2030, adotada pelas Nações Unidas”, concluiu Ryder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário