• Líder do PSD apoiou candidatura de petista à presidência da Câmara, mas, um ano e meio depois, votou pelo impeachment de Dilma
André de Souza e Isabel Braga - - O Globo
Com a tarefa de se descolar da imagem de candidato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), havia sido aconselhado por colegas a se distanciar do peemedebista, para não ter seu nome queimado. Na última quinta-feira, quando Cunha renunciou à presidência da Câmara, Rosso, que se lançou ontem candidato ao mesmo cargo, não foi visto na despedida do amigo.
No entanto, a forte ligação com Cunha e, principalmente, a imagem de que Rosso continuará representando o centrão no comando da Casa será explorada pelos adversários.
Se eleito, não será a primeira vez que Rosso exercerá um mandato-tampão. Em 2010, após a Operação Caixa de Pandora causar uma crise política no Distrito Federal, ele ganhou a eleição indireta na Câmara Legislativa e se tornou governador por pouco mais de oito meses.
O fim do seu curto governo foi marcado por problemas de gestão, com a interrupção das podas e do corte de grama. Mas, em 2014, ele se elegeu deputado federal, com a segunda maior votação do Distrito Federal: 93.653 votos.
Os colegas da Câmara veem em Rosso um parlamentar hábil na conversa, acessível e mais refinado que os demais líderes do centrão. Talvez isso explique seu trânsito fácil tanto em bancadas que apoiavam a presidente afastada, Dilma Rousseff, e, agora, o presidente interino, Michel Temer.
Deputado de primeiro mandato, Rosso tornou-se líder do PSD na Câmara. Em janeiro de 2015, pouco antes da eleição para presidência da Casa, ele e seu partido apoiaram Arlindo Chinaglia (PT-SP), derrotado por Cunha.
Rosso começou então a se aproximar de Cunha. Em março de 2016, Rosso foi eleito presidente da comissão que analisou o pedido de impeachment de Dilma. Em menos de um ano e meio, passou da condição de aliado da petista a um dos 367 deputados que, em 17 de abril de 2016, votaram pela continuidade do processo de impeachment.
Nas últimas eleições em Brasília , Rosso apoiou o então senador Rodrigo Rollemberg (PSB) para o governo do DF. Com Rollemberg vitorioso, Rosso emplacou vários nomes no governo, como a mulher, Karina.
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