• Governo espera ampliar apoio na segunda votação da PEC, hoje na Câmara
Catarina Alencastro, Cristiane Jungblut e Marco Grillo - O Globo
-BRASÍLIA E RIO- O governo espera aprovar, ainda hoje, em segundo turno, a proposta de emenda constitucional (PEC) 241, que limita o crescimento dos gastos públicos à inflação do ano anterior pelos próximos 20 anos. Assim como foi feito às vésperas da votação da medida em primeiro turno, o presidente Michel Temer e sua equipe passaram os últimos dias defendendo a necessidade de aprovação da matéria, para que a volta da confiança na economia brasileira possa finalmente se consolidar. O texto terá de passar hoje pela Câmara, indo em seguida para o Senado.
Ontem pela manhã, ao participar da Rio Oil & Gas 2016, Temer exaltou a boa relação do governo com o Congresso. Citou a aprovação da PEC em primeiro turno e destacou que está tomando medidas de aperto administrativo para, segundo ele, reposicionar as contas públicas.
— Vejo apoio extraordinário no Congresso Nacional. Precisávamos de 308 votos, mas, bastou conversamos um pouco com o Congresso, sem muito esforço, e os deputados logo perceberam isso e disseram: “nós queremos ajudar a colocar o país nos trilhos” — afirmou o presidente.
Os ministros Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) e Eliseu Padilha (Casa Civil) se reuniram com Temer ontem à tarde e, a pedido dele, prepararam uma tabela sobre os votos que o governo conta receber hoje, quando será votado o segundo turno da PEC 241. Os números foram mostrados em um coquetel que aconteceria horas depois, na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
— Estamos animados. Vamos ter mais do que 308 votos — disse Geddel.
Trezentos e oito votos é o número mínimo para que uma PEC seja aprovada. Representa três quintos do total de deputados da Câmara. O governo espera ter mais do que os 366 votos que obteve no primeiro turno da votação da proposta. Oficialmente, no entanto, o discurso é cauteloso.
Para Rodrigo Maia, não haverá dificuldades para a Câmara aprovar a PEC. Já a reforma da Previdência, afirmou, só deve ser votada no plenário da Casa a partir de fevereiro de 2017. O governo deve enviar, ainda em novembro, a proposta, mas, como também é PEC, o debate será longo, previu o deputado.
Assim como foi feito na votação anterior, ministros que são deputados licenciados deixaram os cargos temporariamente para votarem a PEC 241 em segundo turno. São exemplos Bruno Araújo (Cidades) e Fernando Coelho (Minas e Energia).
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