• Presidente trabalha com nomes de juristas, apesar da pressão de aliados
Catarina Alencastro, Eduardo Barretto, Cristiane Jungblut e Simone Iglesias | O Globo
-BRASÍLIA- Em meio a mais uma crise na área de Segurança, desta vez no Espírito Santo, e ainda diante dos graves problemas que levaram aos cerca de 130 mortos em presídios no país no mês passado, o Ministério da Justiça e Segurança Pública deve ficar “muitos dias” sem um nome definitivo. O cálculo foi feito pelo próprio presidente Michel Temer. Ele ressaltou ainda que a escolha será “pessoal”. A aliados, Temer disse que o nome que pensa para o posto é de um jurista. De acordo com aliados do presidente, o favorito de Temer continua sendo o amigo Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, um dos mais renomados criminalistas do país, a quem conhece há mais de 40 anos. Mariz seria inclusive a escolha “do coração” de Temer até para o Supremo Tribunal Federal (STF), mas a idade o retirou da indicação.
Mariz havia sido a primeira opção de Temer para a pasta, em abril do ano passado, mas acabou sendo desconvidado pelo presidente por ter feito críticas ao modelo de delações premiadas usadas na Operação Lava-Jato. Além de ser um nome próximo a Temer, interlocutores dizem que neste perfil é importante que tenha “articulação” com o Supremo Tribunal Federal.
Temer deu breves declarações sobre a indicação durante a visita de Estado do presidente da Argentina, Mauricio Macri, em Brasília. Ao ser perguntado sobre quando irá anunciar o substituto de Moraes, foi sintético, dizendo que demoraria “dias”. E depois completou: “muitos dias”.
Ele tem dito a interlocutores que não tem pressa para tomar essa decisão, já que Moraes ainda terá de ser sabatinado pelo Senado, processo que só deve ser concluído no fim do mês. Sua ideia é só anunciar o novo nome após a confirmação da escolha de Moraes pelo Legislativo.
Em outro evento com Macri, no início da tarde, Temer falou um pouco mais sobre a indicação para o Ministério da Justiça e garantiu que a escolha do novo ministro será de sua cota pessoal.
— Será uma escolha pessoal. O ministro da Justiça é muito importante. Vamos escolher de forma pessoal — disse Temer a jornalistas após se despedir do presidente da Argentina, Mauricio Macri no Palácio Itamaraty.
Ele negou que a indicação de Moraes tenha sofrido críticas, pelo fato de ele ter vinculações partidárias.
— Não houve críticas, não. Só elogios — afirmou.
Ontem, os ex-ministros do STF Nelson Jobim e Carlos Ayres Brito negaram ter interesse em ocupar o posto. Ambos eram lembrados para a pasta sempre que surgiam informações sobre a possibilidade de Alexandre de Moraes deixá-la. Um terceiro nome citado é o da ex-ministra do STF Ellen Gracie.
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