- Folha de S. Paulo
As próximas 72 horas demonstrarão a real consistência da liga que ainda mantém de pé a cada vez mais cambaleante pinguela comandada por Michel Temer.
Se até quarta o peemedebista não conseguir imprimir um mínimo de normalidade e controle sobre o Congresso, a vaca pode ir para o brejo.
Temer não tem militância que o defenda e sua popularidade é similar à de corda em casa de enforcado. É o conjunto de deputados e senadores que liderou o impeachment de Dilma Rousseff que o sustenta no cargo.
Entenda-se por "normalidade" e "controle" a votação por Câmara e Senado de oito medidas provisórias até a semana que vem -caso contrário, perdem a validade- e a retomada da tramitação das reformas.
A oposição vinha conseguindo travar votações apesar de ter pouco mais de 100 dos 513 deputados. Revigorada pelo clima de ebulição política e reforçada pelas primeiras siglas que debandaram -PTN, PPS e PSB-, promete parar o Legislativo.
Os primeiros sinais não são animadores para o Planalto. Tentou-se realizar um grande jantar com congressistas na noite deste domingo (21), mas a falta de quorum levou ao cancelamento daquilo que, a depender do desenrolar dos fatos, poderia entrar para a história como o último baile da Ilha Fiscal de Temer.
Principal aliado, o PSDB mantém um apoio de tal nível acanhado que parece pronto a ser revogado ao primeiro grito de "pega ladrão".
Além do teste no Congresso, a quarta-feira também será crucial por outros dois motivos. As centrais sindicais prometem levar 80 mil manifestantes a Brasília. E os 11 ministros do Supremo decidem se o inquérito contra Temer segue ou é suspenso.
A posição da mais alta corte do país tem potencial para influenciar o julgamento da cassação da chapa Dilma-Temer, de 6 a 8 de junho.
A despeito da afirmação de que continuará chefiando a nação, Temer certamente sabe que pode estar às portas do seu Waterloo particular.
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