Nicola Pamplona / Folha de S. Paulo
RIO - A redução da taxa de desemprego no terceiro trimestre foi menos disseminada pelo país do que a verificada nos três meses anteriores, quando teve início uma reversão na tendência de no fechamento de vagas no país.
Apenas sete Estados experimentaram redução expressiva na taxa de desemprego no trimestre encerrado em setembro –os outros registraram estabilidade pelos critérios do IBGE, que busca não valorizar cortes ou aumentos modesto, que podem ser um movimento apenas pontual.
No período, a taxa de desemprego foi de 12,4%, ante 13% no segundo trimestre, quando 11 Estados apresentaram queda significativa no indicador.
No terceiro trimestre, as quedas foram observadas em Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas, Roraima e Rio. Em São Paulo, a taxa de desemprego ficou em 13,2%, acima da média nacional.
De acordo com o IBGE, a maior taxa de desemprego entre os Estados continuou a ser a de Pernambuco: 17,9%. Já a menor, de 6,7%, foi verificada em Santa Catarina.
O Nordeste tem a maior taxa do país, 14,8%, quase o dobro da obtida pelo Sul, 7,9%, que é a menor.
Na comparação anual, com o terceiro trimestre de 2016, houve queda na taxa de desemprego em três Estados: Ceará, Paraíba e Goiás. Em outros seis houve aumento –sempre de acordo com os critérios do instituto oficial.
Os dados do IBGE mostram que há uma desaceleração no fechamento de vagas: em 20 Estados, a taxa de desemprego vem caindo após recordes históricos atingidos no primeiro trimestre.
"Isso mostra uma recuperação", disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
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A melhora, porém, tem sido puxada pelo emprego informal. O número de trabalhadores por conta própria cresceu em 18 Estados.
"É visível, tanto aqui no Rio como em outros Estados, a presença desses trabalhadores nas ruas. E o canal é quase sempre o mesmo: o serviço de alimentação", comentou Azeredo.
Já entre os trabalhadores com carteira assinada, houve queda no total em 22 unidades da Federação, com estabilidade em Alagoas e Mato Grosso e aumento em Amazonas, Bahia e Maranhão.
Apesar da queda do desemprego no trimestre, o número de brasileiros considerados subutilizados no mercado de trabalho permaneceu estável em relação ao trimestre anterior, atingindo 23,9%.
São 26,8 milhões de pessoas que estão em busca de emprego, que gostariam de procurar emprego ou estão trabalhando em jornada menor do que 40 horas semanais e gostariam de trabalhar mais.
Isso significa que os postos de trabalho criados no ano concentram empregos com menor jornada de trabalho: o número de subocupados (aqueles que trabalham menos horas do que gostariam) cresceu de 4,8 milhões no terceiro trimestre de 2016 para 6,2 milhões.
O Nordeste apresenta a maior taxa de subutilização, de 35,5%. A menor é da região Sul, de 14,8%.
De acordo com o IBGE, 22% dos desempregados brasileiros, ou 2,8 milhões de pessoas, estão procurando emprego há mais de dois anos. Outros 17,9%, ou 2,3 milhões, buscam emprego em um período entre um e dois anos.
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