“O Brasil que sairá das urnas em outubro dependerá muito do surgimento de líderes políticos capazes de virar essa página e de propor outra agenda, com as verdadeiras prioridades do País. Antes de mais nada, é preciso que haja candidatos que demonstrem disposição de governar para todos, e não contra quem quer que seja. Isso significa que o vencedor da próxima eleição não pode tratar os adversários – nem muito menos os eleitores destes – como inimigos. Ao contrário: o momento é, justamente, de conciliação.
E por conciliação não se entenda ausência de divergência, pois essa é justamente a utopia dos autoritários que ora se digladiam pelo poder. Uma verdadeira democracia, com o perdão do truísmo, se constrói com a participação ativa de polos opostos. Por essa razão, que devia ser evidente para todos, é preciso que haja maturidade suficiente dos atores políticos para aceitar, finalmente, que política não é intimidação nem pensamento único, mas diálogo, aceitação da alternância de poder e capacidade de fazer concessões. Fora disso, é a barbárie.”
-----------------------------
Editorial: ‘A hora da conciliação’, O Estado de S. Paulo, 29/4/2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário