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PT faz o jogo de Bolsonaro
Haveria melhor notícia para o presidente Jair Bolsonaro do que a intenção anunciada por líderes do PT de pegarem carona nas manifestações estudantis contra o corte de verbas na Educação para retomarem a campanha por “Lula, livre”?
Foi a presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann, que deu a notícia, ontem, nos bastidores do palco montado na Praça da República, em São Paulo, onde artistas se apresentaram para pedir a libertação de Lula, condenado e preso desde abril do ano passado.
“Lula e educação são inseparáveis. Essa moçada está indo às ruas pelo legado que Lula deixou nesse país”, disse Gleisi. E completou Paulo Okamato, presidente do Instituto Lula: “A campanha do Lula Livre se junta à pauta da educação”.
Oportunismo puro. Condenado, por sinal, pelo ex-candidato a presidente da República Fernando Haddad (PT): “O movimento da educação é um movimento da sociedade, independentemente da posição que a pessoa tenha em relação ao PT e ao Lula”.
Haddad teme, e com razão, que a tentativa do PT de tutelar a inciativa de estudantes, professores e pais de alunos acabe por esvaziar o movimento. Isso é tudo que o governo quer. De longe, Bolsonaro agradece e torce pelo sucesso da nova iniciativa do PT.
Rodrigo Maia detona pacto entre poderes
E bate no ministro da Educação
Alvo dos manifestantes que foram às ruas hipotecar apoio ao governo de Jair Bolsonaro, celebrizado por um gigantesco boneco inflável parecido com o Pixuleco que tanto incomodou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, aproveitou entrevista que concedeu, ontem, ao jornal O Globo para dar o troco nos seus desafetos.
Repetiu a crítica de sempre, de que falta a Bolsonaro um plano para governar o país. Disse que a reforma da Previdência, por si só, será incapaz de fazer a economia crescer. Alertou que o Brasil está no rumo “do colapso social”, e que nada está sendo feito para impedir que isso aconteça. E por fim, detonou o pacto entre o Executivo, Legislativo e Judiciário, a menina mais recente dos olhos do presidente da República.
Segundo Maia, o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal, fez uma proposta de pacto, mas que era “mais de princípios”. Ai veio “o governo com uma contraproposta mais política, mais ideológica”. O ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil, entregou a ele e a Toffoli “um documento” a respeito “que ninguém leu”. Então ficou parecendo que o pacto fora fechado “em cima daquele texto. Zero de verdade nisso”.
De resto, ele só poderia firmar qualquer pacto se “tivesse apoio majoritário” dos partidos, o que dificilmente conseguirá. Aproveitou para descer a lenha no ministro da Educação, Abraham Weintraub que não poderia se comportar como “um ator da Disney”. E decretou: “Ele está errando. E está errando contra o governo. Em ministro da Educação, a cabeça é racional, não é emocional”.
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