Ciclo de conferências anual da Associação Brasileira de Letras começa na quinta-feira e reúne antropólogos e ficcionistas
Alice Cravo | O Globo
A Academia Brasileira de Letras (ABL) inicia na quinta-feira o seu Ciclo de Conferências 2020. O tema de estreia será “Pensar o Brasil hoje: sínteses e confluências”, com diálogos entre antropólogos e ficcionistas contemporâneos abertos ao público. O objetivo das sessões será examinar aspectos atuais do país. O antropólogo Antônio Risério discutirá a polarização da sociedade e a construção de uma “nova história brasileira”.
—Somos uma nação desorientada, sem rumo, dilacerada por polarizações violentas. Quero examinar alguns aspectos disso, a começar pela construção de uma nova história oficial do Brasil que, no fundo, apenas submeteu a experiência nacional brasileira a um processo de avacalhação sistemática — destaca Risério.
CORAGEM COMO CRITÉRIO
Segundo Ana Maria Machado, coordenadora do ciclo, os conferencistas foram escolhidos pela coragem de questionar “autoritarismos simplórios e hierarquias do discurso” para que o debate seja fomentado sem abrir mão das “ideias que não são as dominantes”. Para a acadêmica, no contexto polarizado atual, é importante buscar a união da sociedade por meio da cultura e da história.
—O país está muito polarizado, dando excessiva atenção aos que nos divide e separa. Parece-me crucial buscarmos o que pode nos unir como cultura, história e nação, nos lembrando o que temos em comum muito além de diferenças de opinião ou visões do mundo —afirma Ana Maria.
Além desta quinta-feira, o ciclo acontecerá nos dias 12, 19 e 26 de março, sempre às 17h30m no Teatro Raimundo Magalhães Jr, no prédio da ABL no Rio. A sede fica na Avenida Presidente Wilson, 203, no Castelo. A entrada é gratuita.
Risério, que participará da discussão “Em busca da nação perdida” na quinta-feira, integra o time de convidados ao lado de Mércio Gomes, que falará sobre “Moral e Ética no Brasil”, no dia 12. No dia 19, o convidado é o jornalista e escritor Sérgio Rodrigues, no debate “Viva a língua portuguesa à brasileira”. Já o escritor Paulo Henrique Scott participa no dia 26 para falar sobre “Novas vozes, novos olhares: a literatura brasileira nas duas primeiras décadas do Século XXI”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário